JORGE LAGE |
É o título do livro de João de Deus Rodrigues, um macedense (de
Morais e criado em Talhas) casado na aldeia de Mosteiro (Pedrógão Grande) e a
residir na Grande Lisboa. Há 50 anos a aldeia tinha uns 100 habitantes e hoje
uns 30 e quase todos velhos. O incêndio de 17 de Junho de 2017, apanhou-o em
Mosteiro, com a mulher de cama e conta-nos, em verso, como se livrou daquele
inferno, com a mulher de cama. Quem quiser ler um relato diferente e perceber
que às vezes há fenómenos naturais difícil de explicar por quem os viveu e
sentiu e quem impotente consegue, numa pequena comunidade de vizinhos, quase
neutralizar os efeitos colaterais. Mas, para o João de Deus foi a mão
protectora do S. Pedro, orago da aldeia. Por isso, nunca é demais lembra-se o
dito: «quando o pau da barca falha, a fé
é que nos salva». Entra na memória do incêndio com «O dia em que nasceu o
“Monstro”»: «O fumo tomou conta dela e o
dia fez-se noite!// As faúlhas caiam nos quintais e em cima da gente,// (…)
Entretanto, apareceram dois homens na aldeia,// Semi-nus e queimados, a pedir
protecção.// (…) Estávamos nesta aflição, sem tempo para pensar na morte,//
Quando se forma um redemoinho de fogo, puxado a vento norte,// Que atirou uns
contra as paredes, e outros pelo ar.// (…) Continuamos lá, isolados e sós, a
combater pequenos focos// de incêndios, espalhados pela aldeia!// (…) Esta foi
a coisa mais dolorosa porque já passei, (…)». No livro não falta uma
«Oração a S. Pedro», a lista dos bravos de Mosteiro que combateram «O Monstro»,
e a inclusão de três crónicas suas para o Mensageiro de Bragança, sobre aquele
tempo infernal. No final aparece um bom conjunto de fotografias a cores, sobre
o antes e depois de Mosteiro. São mais de 100 páginas distribuídas por
interessantes capítulos, estando de parabéns o autor e o amigo leitor se
decidir adquirir este belo livro, publicado pela «Editora Amadora-Sintra»,
faça-o para: 969552424 ou joaodeusrodrigues@gmail.com.
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