Conheci-o nos tempos em
que se tornou famoso pelas verdades que sempre propagou e defendeu. O que lhe
valeu, por isso, não merecer a simpatia de certa “elite” politiqueira da nossa
praça pública. Mas nem por isso se intimidou e levou a pousar a arma com que
sempre lutou em defesa dos valores cristãos e daqueles que se dizem sê-lo e na
prática são como os outros…Morreu ao 92 anos este que foi bispo da diocese de
Bragança-Miranda. Natural de Paradinha (Moimenta da Beira) e diocese de Lamego,
D. António José Rafael, nasceu a 11/11/1925 e faleceu em Bragança, a 29 de Julho
de 2018. Foi ordenado sacerdote a 22/8/48 e elevado ao episcopado a 13/2/1977,
na Sé de Lamego, e a 1/3/79 foi nomeado bispo de Bragança-Miranda, da qual
tomou posse a 24/3/79. Resignou a 13/6/2001.
Foi na Casa de
Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa que com ele privei em festa organizada
por essa prestigiada associação regional que teve o seu epicentro no recinto da
ex - “feira popular”, em Entrecampos. Ali vi um bispo que sem perder a sua
condição de pastor, conviver com todos que no recinto se aproximavam dele, e
eram às centenas. Foi dos que previu a banca rota do país, ainda com Soares no
governo, e com razão avisou os emigrantes: “A sua discordância com a governação
de Mário Soares, enquanto primeiro-ministro, foi ao ponto de apelar aos emigrantes
portugueses para não enviarem as suas poupanças para Portugal, porque o
dinheiro cairia “num saco roto”. Quem não acreditou lixou-se. Também discordou
da atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago, mas não foi só
ele, muitos mais portugueses, até porque havia quem muito mais importante nas
letras lusas merecesse ser proposto e não foi.
Porque um dia expulsou os
jornalistas que discordavam da sua doutrina de verdade pura e crua, ganhou o
cognome de “bispo polémico” e de estar a ir “muito além do que à Igreja diz
respeito”. Estes, os mesmos que dantes diziam que o Cardeal Cerejeira, porque
não falava, estava com Salazar. Ricos jornalistas, ou jornaleiros, estes. Mas
pronto, D. António Rafael já deixou de falar, e amanhã após a Missa Exequial
que terá lugar às 16h00 será sepultado no átrio dos Bispos na Catedral de
Bragança.
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