sexta-feira, 1 de junho de 2018

A regionalização e descentralização vai chegar aos municípios trasmontanos?


JORGE LAGE
De um modo geral, os municípios transmontanos e da região Norte são tão ou mais centralizadores que o poder central. Há falta de empenho em promovermos o que é nosso. Bragança, por exemplo, parece-me uma boa excepção. Venha alguém de fora, até com um diploma falso ou com um currículo de trinta e um de boca e será um senhor pelas nossas terras. E se fizer promessas, e não mais que promessas, tanto melhor. Lembro-me de há uns vinte anos atrás ter vindo para Mirandela um «Engenheiro», que também se dedicava ao futebol, e não teria mais que o actual nono ano e chegou a ter passadeira vermelha. Até o Governador Civil lhe dava deferência. Por exemplo, Mirandela tem tido filhos da terra com talento na escrita e nas artes, tais como, Luciano Cordeiro, Padre Ernesto Sales, Teixeira Lopes, Eurico Carrapatoso, Nuno Nozelos, Ernesto Rodrigues e outros. Até temos um Capitão de Abril, Coronel Jorge Golias. Vem para o caso a talho de fouce, saber que a Biblioteca Municipal terá oferecido livros para comemorar o 25 de Abril/2018. Os livros que ofereceu pode nem ser nenhum de autores do concelho ou da região. Na Galiza estariam a promover os deles. Ao menos, na Feira do Livro de 2018, não se esqueçam de chamar os agentes culturais locais e regionais e as livrarias da região e que promovam a nossa gente. A Livraria Traga-Mundos, de Vila Real, é a maior promotora dos autores da região. «Obriguem» as escolas a conhecer os nossos autores e artistas. Basta promover um de cada vez. A regionalização começa por nós e não de Lisboa. Lisboa vai dar algumas condições mas isso só é curto, muito curto.
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com – 20ABR018

Provérbios ou ditos de Maio:
Maio deriva do latim «maius», que, por sua vez, provem da deusa romana «Maia». Deusa da fertilidade e abundância. No primeiro dia plantava-se uma árvore símbolo da Primavera. Através da civilização celta chegaram até nós os rituais e celebrações, «as Maias» ou «Maio», que descrevo no meu livro «As Maias entre mitos e crenças».

      Toma lá castanhas para te não montar o burro (diz-se no 1.º de Maio).
      Se soubesse quando era a quinta-feira da Ascensão, nem o passarinho punha o bico no chão.
      Uma má-língua é mais aguçada que a ponta de uma espada.

Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com – 20ABR2018

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