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JORGE LAGE |
De um modo geral, os municípios
transmontanos e da região Norte são tão ou mais centralizadores que o poder
central. Há falta de empenho em promovermos o que é nosso. Bragança, por exemplo,
parece-me uma boa excepção. Venha alguém de fora, até com um diploma falso ou
com um currículo de trinta e um de boca e será um senhor pelas nossas terras. E
se fizer promessas, e não mais que promessas, tanto melhor. Lembro-me de há uns
vinte anos atrás ter vindo para Mirandela um «Engenheiro», que também se
dedicava ao futebol, e não teria mais que o actual nono ano e chegou a ter
passadeira vermelha. Até o Governador Civil lhe dava deferência. Por exemplo,
Mirandela tem tido filhos da terra com talento na escrita e nas artes, tais
como, Luciano Cordeiro, Padre Ernesto Sales, Teixeira Lopes, Eurico
Carrapatoso, Nuno Nozelos, Ernesto Rodrigues e outros. Até temos um Capitão de
Abril, Coronel Jorge Golias. Vem para o caso a talho de fouce, saber que a Biblioteca
Municipal terá oferecido livros para comemorar o 25 de Abril/2018. Os livros
que ofereceu pode nem ser nenhum de autores do concelho ou da região. Na Galiza
estariam a promover os deles. Ao menos, na Feira do Livro de 2018, não se
esqueçam de chamar os agentes culturais locais e regionais e as livrarias da
região e que promovam a nossa gente. A Livraria Traga-Mundos, de Vila Real, é a
maior promotora dos autores da região. «Obriguem» as escolas a conhecer os
nossos autores e artistas. Basta promover um de cada vez. A regionalização
começa por nós e não de Lisboa. Lisboa vai dar algumas condições mas isso só é
curto, muito curto.
Provérbios
ou ditos de Maio:
Maio deriva do
latim «maius», que, por sua vez, provem da deusa romana «Maia». Deusa da
fertilidade e abundância. No primeiro dia plantava-se uma árvore símbolo da
Primavera. Através da civilização celta chegaram até nós os rituais e
celebrações, «as Maias» ou «Maio», que descrevo no meu livro «As Maias entre
mitos e crenças».
Toma
lá castanhas para te não montar o burro (diz-se no 1.º de Maio).
Se
soubesse quando era a quinta-feira da Ascensão, nem o passarinho punha o bico
no chão.
Uma
má-língua é mais aguçada que a ponta de uma espada.
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