Jorge Lage |
O Eduardo Botelho tornou-se, há algum tempo, um
interessante colunista do Notícias de Mirandela, acrescentando mais valor com
os seus bons e oportunos textos de que se destaca «Gentes da Minha Terra», para
além deste vai desfiando outras memórias mirandelenses que já são uma saudade
para os mais velhos. O texto «Quando os CTT se demitem ou atrasam a levar a
carta a Garcia quem o Faz?» em que nos fala de como se processava a
distribuição do correio no nosso concelho décadas atrás e alguma ineficácia na
distribuição da correspondência, onde os CTT já foram um modelo de bem servir a
população. Esta situação agravou-se com a privatização dos CTT e até parece
estar em marcha uma vergonhosa descapitalização da empresa ao serem
distribuídos dividendos pelos accionistas que a empresa não teve. O seu extenso
texto faz-me reflectir sobre o papel de alguns colaboradores que pouco se
interessam nos seus artigos pela região. Assim, num jornal local ou regional
como este devem os colaboradores ter como objecto principal o concelho ou
região em que está inserido, como o faz exemplarmente o Eduardo Botelho. Muitas
vezes fico com a sensação que, muitos colaboradores, em vez de escreverem para
os leitores, fazem-no para eles próprios ou para a sua vaidade, levando a
alguns leitores só lerem o que lhes parece interessante. Os leitores fazem as
suas opções de leitura, escolhendo os textos de uns e rejeitando os de outros.
Dentro desta perspéctica, sempre que escrevo para o Notícias de Mirandela e
faço-o há mais de trinta anos por gosto (às vezes no meio de canseiras ou
doenças) me assalta sempre a pergunta? Isto interessará à maioria dos leitores?
Tenho tido muitos estímulos e elogios, perguntando-me sempre se foi com
sinceridade ou por simpatia. Por exemplo, numa das últimas deslocações a
Mirandela, encontrei-me com o Prof. Augusto Ferreiro (de Cabanelas), com quem
já não contactava desde os tempos de estudante e tentámos por a conversa em
dia, dando-me, ainda, indicação de que se interessava pelos meus textos neste
jornal. Fico-lhe agradecido por me dar um estímulo que é sempre uma ajuda em
caminharmos em frente. Também foi esse o meu propósito ao abordar dos textos do
Eduardo Botelho, informando, ainda, os leitores.
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