Passos
pede que não se doure "a pílula" para evitar repetir "histórias
complicadas"
MÁRIO
CRUZ/LUSA
In:
Diário de Noticias
O
líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que os políticos devem ser
responsáveis e "não dourar a pílula" sobre a situação económica
portuguesa, sob pena de se repetirem "histórias complicadas" que
Portugal viveu num passado recente.
"Julgo
que os portugueses não perdoariam se os políticos não tivessem maturidade
suficiente para lhes pouparem histórias tão complicadas por aquelas que
passámos no passado recente", defendeu o líder do PSD, num colóquio
organizado pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ).
Questionado
sobre o problema da elevada dívida portuguesa, Passos sublinhou que a
capacidade de o país ir buscar dinheiro ao mercado, no passado "muito
barato", revelou-se "uma armadilha muito grande", de que hoje é
difícil sair "de forma indolor".
"Desconfiem
quando aparecer alguém a dizer que tem uma ótima solução, que não custa a
ninguém porque isso é uma espécie de milagre"
Admitindo
que os portugueses podem estar cansados de ouvir falar destes problemas, depois
de vários anos de crise, Pedro Passos Coelho considerou, contudo, que seria
"um erro trágico" pensar que esse problema não existe.
"Isso
exige que os políticos tenham responsabilidade, não andem a maçar as pessoas
desnecessariamente, mas não andem a dourar tanto a pílula que as pessoas pensem
que o céu continua a ser o limite", alertou, considerando inviável em
Portugal um modelo económico em que os depósitos e a poupança baixem e o
consumo continue a aumentar.
"Esse
é um modelo falido - se insistirmos nele daremos razões às pessoas para se
maçarem outra vez com coisas que não gostaríamos que acontecessem", disse.
Ainda
assim, considerou, o problema da dívida portuguesa, sendo pesado, "não é
insustentável".
"Eu
diria que é tão mais insustentável quanto mais crescerem as vozes a achar que é
muito mais fácil não pagar do que pagá-la", alertou.
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