O
sr. Costa que ocupa um cargo sem ter ganho eleições (ou seja, sem mérito
algum), veio na mensagem de Natal com a costumeira conversa fiada usada pela
senhora dona Catarina, a bloquista.
Num
jardim de infância como plano de fundo, sua Excelência veio dizer-nos que
o “maior e
verdadeiro défice” do país “é o défice do conhecimento”. E para isso, dizia,
iria apostar no ensino. Claro que os parvos aplaudiram a patranha. Marcelo
Caetano, em 1970, já indicava a “grande, urgente e decisiva batalha da
educação”. E para isso surgiu a reforma de Veiga Simão iniciada em 1973. Daí
para a actualidade, o crescimento da educação tem sido observável no peso do
orçamento. Em 1974 um aluno custava ao Estado cerca de 120 euros (números
redondos), e em 2010 situava-se em cerca de 800 euros. Mesmo descendo
desde então devido à crise económica, nunca desceu além dos 620 euros.
Afirmar
em mensagem de Natal que se irá apostar na educação, é uma verdadeira falácia
para esconder a realidade do país.
Mas
a aposta na educação não foi unicamente apanágio da democracia. Dizer o que se
segue é politicamente incorrecto; é não funcionar como o sr. Costa e a senhora
dona Catarina. A aposta na educação (neste caso poderemos dizer com maior
propriedade, na instrução) vem, de certa forma, com o Estado Novo. Sem delongas
e sem mencionar as inúmeras fontes, em 1974 cada freguesia tinha em média duas
escolas do ensino básico. Façam as contas e verificarão que em 1974 havia cerca
de 8.500 escolas primárias. Quantas havia em 1933?
Contudo,
em 1974 fecharam 3663 Escolas Primárias, em 2006 fecharam 1418, nos dois anos
seguintes fecharam mais 984, e em 2010 encerram mais 701. No total entre 2006 e
2010 fecharam cerca 3103 (período do sr. Sócrates e da senhora dona Maria de
Lurdes Rodrigues).
Nos
países nórdicos investe-se na proximidade das populações, o contrário do que
sucedeu em Portugal.
O
sr. Costa se quisesse apostar no conhecimento deveria apostar em rever as “leis”
promulgadas em governo a que pertenceu, que originaram a corrupção na escola
pública, o prejuízo de profissionais com as mais elevadas qualificações, a
manutenção de dirigentes corruptos e, sobretudo, permitir a progressão na
carreira parada desde 2005 (desde 2001 para alguns). Não se esqueça, porém, de promover empregos decentes a esta geração de licenciados a trabalhar em empregos precários e nas caixas de supermercados.
O
sr. Costa e a sua governança não param de enganar os portugueses com aquela
conversa fiada, mas quem gosta de ser enganado, não pode, depois, dizer que o foi, queixando-se da sorte, disto e daquilo.
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