BARROSO da FONTE |
1 .O ano de 2016
ficará na história de Portugal como o mais carbonizado e deprimente do século
XXI. Bastou mês e meio (3 de Agosto a 11 de Setembro), para concluir que nunca, em 45 dias, o país ficou tão enegrecido, deprimente e esfarrapado. O ministro do ambiente gabou-se perante as
televisões , em 2 de Agosto de que a área ardida até àquela data, era
muito inferior à do ano de 2015. A meteorologia desgostou-se com essa
afronta. E, o gabarolas, se tivesse um mínimo de bom senso, deveria ter-se
demitido. Politizou uma matéria muito delicada e desafiou os incendiários que
não mais deram descanso a bombeiros, autoridades e proprietários rurais que
viram reduzidos a cinzas muitos dos bens, móveis e imóveis que haviam amealhado
ao longo de décadas. Dias 10 e 11 viajei de Guimarães a Montalegre, pela
Estrada 311. Fafe- Salto- Boticas-Chaves. Mais de metade do percurso, de ambos
os lados da estrada, tudo reduzido a cinzas.
Desafio qualquer descrente a comprovar estes cerca de 140 quilómetros.
2. À saga dos incêndios juntou-se o drama da saúde. E não
foi só a morte dos dois militares. Foram as decisões políticas que entupiram
hospitais, ora por arbitrariedades infantis, ora por débitos, ora por preços em
hospitais da mesma rede que praticam preços, completamente diferenciados. Para
não ser suspeito fica o relato feito pelo Presidente da Câmara de Vila Real que
alertou na última semana para a "realidade preocupante" do centro
hospitalar local que perdeu o único cirurgião vascular e onde uma avaria no
único acelerador linear, parou os tratamentos de radioterapia». São palavras de
Rui Santos: "Hoje estamos mais
pobres porque a cirurgia vascular foi suspensa com números que são claramente
preocupantes: mais de 325 cirurgias em lista de espera e 829 consultas. E ficamos
sem capacidade de resposta nesta área".
O autarca socialista referiu à imprensa
que este serviço foi suspenso no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto
Douro, o qual abrange os hospitais de
Vila Real, Chaves e Lamego. Rui Santos
disse mais: «o cirurgião que era o único
desta valência, foi contratado por uma unidade de saúde de Guimarães
e foi autorizado pelo ministro da
Saúde, decisão que não agradou ao
Hospital, ao Presidente da capital
Transmontana e, sobretudo, à Região mais carenciada e esquecida do poder
político. Esta transferência fez parar os tratamentos de radioterapia no centro
oncológico. "Está avariado, não há
um segundo e este é um investimento que há muito tempo reclamamos", foi
dito pela mesma fonte que confirmou a
avaria do acelerador linear.
Rui Santos informou ainda que» das 37 vagas abertas pelo ministério para
este centro hospitalar, apenas foram preenchidas nove. Mas quatro das vagas
preenchidas respeitam a médicos que aí já trabalhavam». Outros «três ou
quatro» saíram, entretanto, do Centro
Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Mais: a falta de médicos
anestesistas, em Vila Real é mais um
calvário e o próprio autarca que é socialista, reconhece que é
"inaceitável" que o ministro da Saúde permita a abertura de vagas
para esta especialidade em Trás-os-Montes e, ao mesmo tempo, no Porto. É
expectável que a médio prazo, aqueles,
mal entrem ao serviço, a primeira ideia que terão é a transferência para o
Porto.
Uma outra preocupação
relaciona-se com o fator financeiro de
risco desta unidade.« O passivo rondou
os 11 milhões de euros por ano, nos últimos quatro anos». O
executivo Vilarealense, aprovou uma proposta – e bem – que inclui um pedido
urgente de audiência ao ministro da
Saúde para que conheça o drama destas
carências no interior do país real. O blogue
Tempo caminhado, pela mão de J.A.
Costa Pereira ( Tempo Caminhado: Á boa maneira socialista ), Transmontano de Mondim de Basto,
deu seguimento a esse protesto de Rui
Santos contra ao Governo central, gesto que enobrece o caráter
deste autarca socialista.
COSTA PEREIRA |
Sem comentários:
Enviar um comentário