JORGE LAGE |
Quem como eu se desloca, de quando em vez, a Lisboa dá com o
«braço armado das multas de estacionamento do município de Lisboa», leia-se
EMEL, a «fazer sangue». Eu, há anos, ao fim de tarde, quando me preparava para
consoar, meti, no meu carro, um talão de pagamento de estacionamento junto ao
Centro Comercial Vasco da Gama, pensando que o produto que ia comprar, era só
pagar e andar. Demorei mais um pouco e já lá estava o bilhete da multa. Fiquei
a pensar, que um município que faz isto, quase em cima da hora de um dia tão
especial (véspera de consoada), gosta mais de multas nos estacionamentos pagos
do que o diabo de almas. Hoje, terça-feira, dia 9 de Agosto, a minha filha
telefona-me, a contar um episódio surreal. A minha filha mora na rua Nova dos
Mercadores, no Parque das Nações e a residência é o seu local de trabalho. Se o
Município facilitasse a vida aos munícipes, para arranjar a autorização de
residência, devia bastar um atestado de residência da Junta de Freguesia e uma
declaração da empresa para que trabalha, que o carro tal lhe está distribuído.
A papelada é mais complexa. Por isso, como à minha filha lhe falta tempo e
sobra trabalho, vai vivendo com os talões dos parcómetros do município lisboeta/EMEL.
Até ontem que a decidiram «assaltar», tanto mais que o carro que lhe está
distribuído pela empresa tem matrícula espanhola. Segundo me contou, meteu um
talão no tablier do carro para cobrir o estacionamento de manhã. Pelas 14H00
meteu do outro lado do tablier outro talão, para cobrir o tempo até à hora que
ia pegar no carro. Só que ao descer da habitação o carro estava bloqueado e com
fitas em toda a volta a impedir o acesso ao monovolume pelo «braço armado do
município lisboeta». Não queria acreditar! Um bilhete estacionado de um lado do
«tabelier» fora de tempo e outro do lado oposto dentro da hora. Chama o «braço
armado das multas de estacionamento do município lisboeta» e a autora da
façanha tentou acusar a minha filha que meteu lá um talão depois. Mas como, se
o acesso à viatura lhe era vedado e nem sequer conseguia abrir a porta? Apesar
de o funcionário que acompanhava a «zelosa da EMEL» ter confirmado que a fita
estava como ele a tinha colocado e não tinha sido violada. Depois, ainda
insinua que o talão não era bem visível a uma certa distância, como se
conseguisse ver a hora ao longe. Chama-se a polícia que nada deve ter feito
além de constatar o insólito ou o «roubo do município». «Roubo» de dinheiro, de
tempo, de trabalho e de sossego. No fim da demorada situação, apesar de a minha
filha ter razão que o talão de pagamento atestava, para que lhe desbloqueassem
o carro teve de pagar com se a infracção fosse dela e não da funcionária. A
seguir terá de fazer uma reclamação para reaver o valor pecuniário do «roubo».
O tempo mais que vai perder e o sossego por ser cumpridora ninguém lho
restitui. O dinheiro pago por uma multa abusiva deve cair no saco do inferno do
município e tarde ou nunca o terá de volta. Uma prepotência do município
lisboeta que devia ser mais simplex. Assim, aos leitores sugiro-lhes muita
prudência, se deslocarem a Lisboa em viatura ou se lá residirem. Não são só os
carteiristas que nos assaltam, mesmo que tenham pago o parqueamento. Pode haver
um/a funcionário/a disposto/a a fazer sangue a qualquer preço. É claro que a
minha filha nem sonha que eu elaborei esta pequena nota de protesto. Como dizia
a minha saudosa Mãe, quando alguém cobrava o que não devia: - roubar a uma
estrada!
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