quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

NOTAS DE RODAPÉ (116) - Jorge Lage




Jorge Lage
1- Alguns Restaurantes do Nordeste embarcam na carne sem qualidade? – Estas minhas palavras apenas reflectem as queixas que me chegam de pessoas amigas, que sabem qual é a boa carne e se vêem defraudados nas refeições que tomam em alguns locais cá por cima. Já me tinha apercebido que anda por aí um ou outro finório, a «ablar» e a impingir carne barata criada com hormonas e outros males para o corpo, ainda que seja tenra não tem qualidade. Onde a falta de qualidade fica mais a nu é na «posta à mirandesa». Dizem que a carne nem sangue (suco) deita ao grelhar. Depois, o paladar aromatizado da nossa boa carne criada nos lameiros e com as forragens do campo, também não existe. A expressão que me transmitiram: «é uma vergonha»! É uma vergonha e um escândalo andar-se a vender gato por lebre, quando na nossa região são criados tantos novilhos nos prados e lameiros. Por isso, vou preferindo a carne de vitela barrosã certificada. Mas não são todos os que enganam os turistas e visitantes, foi-me referenciado que o restaurante Saldanha, em Peredo – Macedo de Cavaleiros, continua a ter boa carne. No meio disto, gera-se a pobreza de pescada de rabo na boca, isto é, se o agricultor não vende os produtos e reses não pode ir ao restaurante ou ao comércio, porque não tem dinheiro e assim o país vai definhando, mais por culpa dos que criticam os governantes e fazem ainda um jogo pior e perigoso para a nossa economia local e para a nossa região.

2- Restaurante da Maria um Salto de razia em gordura – Já referi que em Salto se come bem e só o aroma da carne de vitela barrosã faz quase meio prato e a paisagem quase natural termina o que falta a essa metade. Depois, tem que se ter em conta a confecção e o serviço. Há pouco, por me deslocar à Câmara de Boticas, onde fui bem recebido, decidi ir almoçar ao «Borda d’Água» ou Restaurante da Maria, em Salto. Chego cedo e com os dois salões quase vazios. Foi-me imposto o salão. Depois, quis sentar-me num local com melhor vista exterior e obrigaram-me a sentar numa mesa junto a uma porta de passagem. Os pratos do dia não me agradaram e pedi meia posta barrosã. Mas, pedi-a só com alho por cima sem qualquer tempero e com batatas cozidas. Serviram-me a meia posta engordurada, sem alho e com batata frita às rodelas, ensopadas em banha de porco, cebola queimada e pedacinhos de carne gorda ou entremeada. Pedi um copo de vinho e queriam trazer uma caneca, que rejeitei e optei por uma garrafa de água. Sem sobremesa, paguei 13 €. Fiquei com a sensação que por ter muitos comensais não estava para atender os gostos e vontade dos clientes. Tive a sensação que o «Borda d’Água» da Maria é uma razia de gordura que eu por gosto e saúde não posso aceitar. Ao menos a menina que servia era despachada e simpática.

3- Os meus netos nas barrigas das mães já mandam! – A minha filha diz que o seu filho vai ser terrível. Quando viaja de avião e a mãe distraída aperta mais o cinto de segurança o filho não para de protestar com os pezitos e só descansa quando a mãe corrige. Obriga a mãe a deitar-se para o lado esquerdo que é a posição mais confortável para o bébé, respirando melhor. Se a mãe se deita de barriga para o ar ou para o lado direito não descansa até que se deite para o lado esquerdo. Numa ida à clínica põe-se com a mãozita esquerda na testa em pose de pensador. O médico tenta afastar-lhe os braços para melhor o observar. Ele não está com meias medidas. Dá meia volta na barriga da mãe e põe-se de rabo. A minha neta, lá longe no Canadá, parece ser mais paciente não tomando atitudes tão exigentes, vai acenando com a mão. Estas letras atestam o contrário do que o egoísmo e falta de sentimentos de muitos adultos nos querem fazer crer, os bébés (fetos) nas barrigas da mãe já são seres humanos. Os prematuros confirmam muitas das nossas interrogações.


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Revista Tellus nº 80

Acaba de sair a público o nº 80 da revista Tellus (Vila Real), revista de cultura transmontana e duriense.