quarta-feira, 5 de novembro de 2014

" O sonho e a paixão de Laura" em Valpaços


Qualquer livro que respeite os princípios básicos da Comunhão entre os Homens, e, da mesma forma, o principio fundamental da democracia – a Liberdade -, deve, como um dia disse o professor Óscar Lopes,  ser acarinhado por duas razões:
1 – porque acrescenta sempre algum conhecimento às comunidades que trata;
2 – porque representa o sonho do seu autor. E o sonho de um homem deve ser poupado à mesquinhez humana do “pelintra” porque, como diz a canção, “o sonho comanda a vida!”.
E este livro de Pires Brás, é um sonho de há muito guardado na gaveta da memória.
Esta breve narrativa, é o retrato de uma vila rural, de província. Num tempo em que as desigualdades sociais (e de sexo) eram acentuadas. Um tempo em que os comportamentos, ditados pelo padre e pelo seu séquito beato, reprimiam e adulteravam a personalidade dos indivíduos.
A trama local, escrita para gente da terra, inicia-se com Alfredo Pimenta, um comerciante abastado, casado com Corina (menina de gente rica) que a dada altura conhece Maria do Céu, uma jovem de 17 anos.
O enredo percorre este relacionamento “proibido” que se alonga por um período de 70 anos. E nele são expostos os segredos de toda a família: de Corina que havia casado grávida de outro, da filha Angélica e das suas tragédias, do filho Zeferino, o “alampado”, como era conhecido na vila, intriguista e invejoso.

O autor, deambula pelos cantos da antiga vila transmontana, Valpaços,  e vasculha a condição humana no mais intimo da sua alma.

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Uma ideia peregrina