Moinho restaurado, dos Moinhos do Rei, em Abadim – Cabeceiras de Basto |
A VOZ DO MOINHO - Enviado por Jorge Lage
Um caminho,
um restolho
uma espiga
um alpendre
uma porta fechada.
Um velhinho,
qual menino saído dum ventre,
sentado à entrada.
Uma leira,
onde o sol madruga
e poisa uma vez ao dia.
Uma eira,
onde a lua tem lugar deitada
Porque está vazia
E vem do monte,
uma fonte de água a correr.
Pela voz do moinho,
eu sei se há pão para comer,,,
(Inédito de Abílio Bastos, de Abadim – 1957-58)
Nota: Poema em Moinhos d’El Rey ou Moinhos do Rei, de Abadim – Cabeceiras
de Basto. Com 11 ou 12 anos de idade, trabalhava na plantação da floresta nos
Moinhos do Rei. Encostado a uma parede de pobre pedra tosca, olhava à distância
um campo, rapado e via, na sua imaginação, um restolho. Era tempo de míngua e
ter pão para comer já dava segurança aos mais pobres.
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