quinta-feira, 4 de setembro de 2014

As fontes de energia e a Ucrânia


Os peritos em estratégia, a propósito do conflito na Ucrânia,  não deixam de ter alguma razão quando advogam que a Europa  (por culpa dela própria) está desprotegida militarmente. O que implicou, no presente, a força da Rússia ao influenciar os acontecimentos para a formação da “Nova Rússia”, um estado no Leste da Ucrânia que abrangesse ainda o Sudeste. O golpe seria profundo na economia ucraniana, deixando Kiev enfraquecido, ao privá-lo da sua principal região industrial e das ricas minas de carvão de Donbass.
Essa estratégia foi sempre a delineada por Putin desde o inicio do conflito. Enfraquecer Kiev para, numa manobra de diversão, no futuro, a “anexar” à Rússia. Porque atirar as tropas directamente contra a “Primeira Rússia” teria a oposição (directa) de todos e, culturalmente seria um desastre.
“Anexar” a “Primeira Rússia” (não perder a influência sobre Kiev) é o objectivo que Vladimir persegue, com a paciência do asiático e a destreza do europeu. Basta estar atento ao que o presidente russo tem afirmado nos últimos tempos, como quando alardeou que “se quisesse conquistaria Kiev em duas semanas”. Ou como quando fez a referencia ao nuclear.
A Europa, conhecendo os Russos (que sempre estiveram à sua porta), não devia ter confiado como confiou nas suas “boas intenções”. Viveram demasiado tempo (c. 70 anos) em regime bolchevique (terrorista) e Estalinista. E como confiou, porque é esse o seu espírito de liberdade (como era o dos presidentes Gorbachev e Ieltsin), vai ter que resolver o problema, complicado porque vários países estão dependentes das fontes energéticas dos asiáticos.
A Europa pode resolver este problema, mas para isso vai ter que optar: ou pelos interesses actuais, ou pelo bem geral. E ao optar pelo bem geral, opta pelos interesses porque estes facilmente se adaptam. O industrial do gás rapidamente se adapta a outro tipo de angariação de riqueza. E quem diz o do gás diz o da eletricidade e por aí adiante. Essa gente, se não ganha num lado, ganha no outro.
A Europa pode optar pelas energias alternativas que a Natureza lhe proporciona gratuitamente: a eólica, a marítima e a solar.
Há cerca de uma década que os peritos em energia defendem esta solução. O maior perito da Comunidade Europeia defendia há cerca de seis anos que se a Europa estabelecesse uma central de energia solar em Marrocos, todos os cidadãos europeus usufruiriam de energia gratuita. E a Europa teve sempre relações com o Magrebe.
A esta central bem poderiam ser acrescentadas outras na Península Ibérica (Portugal e Espanha). Portugal é o país que usufrui de mais horas solares na Europa.
Armando Palavras



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