Tanto os
Curdos como os Arménios, estão repartidos por vários Estados do Médio-Oriente,
nos quais formam minorias oprimidas há séculos. Há várias décadas que, através
de movimentos políticos, lutam pelo reconhecimento dos seus direitos.
Os
Arménios são, na sua grande maioria, cristãos e falam uma língua indo-europeia.
Foram repartidos entre o império Otomano (actual Turquia), a Russia e a Pérsia.
Em 1915 foram oprimidos e massacrados pelos Turcos, naquele que foi o primeiro
genocídio do século XX (muito antes do Holocausto nazi). Após este crime, nunca
reconhecido pela Turquia, muitos Arménios refugiaram-se no estrangeiro, sobretudo
a partir de 1923, onde formaram comunidades activas. Mas este crime contra os
Arménios tem origens igualmente genocidárias, que devem ser procuradas nos anos
de 1840 e 1860. É este o momento em que as províncias orientais que concentram
70% dos dois milhões de Arménios otomanos, entram em grave crise de anarquia administrativa. E a partir daqui
surgem os massacres em massa adoptados pelo governo de Abdul Hamid.
Este
conflito regional é complexo, ao ponto do Alto Carabaque, povoado por Arménios
na sua maioria, ter sido reanexado ao Azerbaijão muçulmano, em 1921, por
Estaline
O
Tratado de Sèvres (1920), previu a criação do Estado da Arménia, reconhecendo
assim, os direitos nacionais dos Arménios. Nunca foi concretizado devido à
oposição da nova Turquia. Todavia, os Arménios Russos obtiveram uma certa
autonomia (1923), criando a República Federativa da Arménia. Que se tornou
independente da Russia a partir da fragmentação da URSS, a partir de 1991.
O relato
de Vassili Gossman (Bem Hajam! - Apontamentos de Viagem à Arménia),
escrito em 1962, recentemente editado em Portugal pela Dom Quixote (2014),
mostra-nos um Grossman bem diferente de outros escritos. Nele, o escritor russo
relata-nos as suas impressões sobre a Arménia, onde esteve dois meses.
Os
Curdos (30 a 35 milhões segundo dados de 2010), instalaram-se nessa região de
altas montanhas e grandes planaltos, no século IX A.C., criando uma forte
identidade. Igualmente indo-europeus, mas muçulmanos, estão repartidos por
vários Estados: Turquia , Irão, Iraque e Síria. Também foram vitimas dos Turcos
que teriam massacrado cerca de 700.000. Os Curdos não pretendem a
independência, mas lutam por uma autonomia que respeite a sua especificidade.
Os
Curdos do Iraque criaram, neste país, uma região autónoma entre 1970 e 1975,
devido ao apoio do Irão que os auxiliou na sua luta armada. Contudo, a
reconciliação entre o Iraque e o Irão no ano de 1975 permitiu que o Iraque
restabelecesse a sua autoridade. Porém, a revolução islâmica iraniana e a
guerra Irão-Iraque relançaram o movimento de contestação curdo.
Armando
Palavras
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