´
|
Jorge Lage
|
5- Bem comer tendo em conta a qualidade e o
preço – A meio do mês
de Junho, instalei-me, com a família, numa «vila» de um «resort» próximo de
Armação de Pêra. As refeições aconteciam umas em casa e outras em restaurantes.
O meu filho propôs irmos comer o célebre «frango da Guia» n’
«O Teodósio»
(289561318). Mas, os frangos parecem ser da raça dos garnizés. O mais fora do
comum são os minúsculos pedacitos do minúsculo frango assado que chega à mesa e
assim opera-se o milagre da multiplicação. Gostei mais da salada mista bem
temperada e das batatas fritas aos palitos. Também me agradou o serviço de
atendimento. Adorei de comer, desde as entradas ao peixe fresco de mar escalado
na brasa, no
Restaurante do Clube de Pesca Náutica e Desportiva de
Albufeira, na Orada, Estrada do Farol (289592332), encerra às terças). Tem
bom serviço e muita simpatia. As entradas e o peixe grelhado tornam este lugar
de pasto de eleição regional. Por isso, caro leitor, se passar por lá, para
almoçar ou jantar, vá cedo para arranjar mesa e não ficar na lista de espera.
Parte das minhas férias temporãs, foram passadas em Lisboa, com escapadela à
Região do Oeste. Visitei o renovado espaço do
Mercado da Ribeira, junto
ao
Cais de Sodré. Vale a pena ver como se pode inovar, casando bem o antigo
edifício com a inovação introduzida, sem assassinar um espaço do mercado
tradicional alfacinha e património urbanístico. O resultado está à vista como
património arquitectónico e como local de comércio e gastronomia. Não deixe de
visitar este espaço comercial, que soube renunciar à descaracterização ou à
destruição. Hoje é um espaço de referência para quem nos visita e que prova que
saber potenciar um local tradicional, não deve passar pela destruição do
antigo. Ali pode petiscar, tomar uma refeição ou saborear um bom copo de vinho.
Nesta maravilha renovada e inovada senti uma grande saudade do antigo Mercado
Municipal da Praça de Mirandela e que podia ter renunciado à destruição de
tão nobre espaço, se não sucumbisse à lógica falida do cimento. Pior me sinto
quando penso na criminosa destruição do Mercado Municipal de Chaves, que
hoje podia ser um espaço cultural e de comércio tradicional de referência
contra a decadência urbana que afecta as cidades trasmontanas. Faz-me lembrar
que muito do atraso do Porto é fruto da falta de visão dos que têm decidido o
destino do património urbano tripeiro. Por isso, saúdo a luta de alguns
portuenses contra a descaracterização do mítico Mercado Municipal do Bolhão.
Visitem o renovado Mercado da Ribeira, em Lisboa, e poderão
concluir que no Porto há «rios» que respeitam e potenciam o património
histórico urbano e outros que o destroem e assoreiam pela lógica do betão e que
rima com destruição. Esquecia-me de sugerir uma visita à amuralhada vila de
Óbidos. Uma pérola rara do nosso património histórico e urbano e que
regurgita de comércio e arte. Prove a famosa ginja de Óbidos, mas
confira bem o que compra e o que paga.
Provérbios ou ditos:
1 - Julho quente, seco e ventoso, trabalha sem repouso.
2 - Uma sebe dura três anos, três sebes um
cão, três cães um cavalo, três cavalos um
homem,
três homens um corvo, três corvos um elefante.
3 - Em ano de fome não há ruim pão.
Sem comentários:
Enviar um comentário