quinta-feira, 12 de junho de 2014

BARROSO da FONTE - Joaquim de Carvalho um Transmontano do tamanho do Marão

Senhora da Graça - Mondim de Basto

                                  FALEMOS DA NOSSA GENTE - Notícias de Vila Real

Barroso da Fonte
BARROSO da
FONTE
Nasceu no lugar de Bobal, freguesia de Bilhó, concelho de Mondim de Basto, em 30 de Janeiro de 1932. É um autodidacta sem complexos de qualquer espécie, integrando-se perfeitamente em qualquer ambiente cerimonioso, festa popular ou mera convivência. Ao longo dos 82 anos que leva de vida, dando continuidade ao ruralismo de que proveio, nem por isso se isolou no seu Bobal de Bilhó, na encosta do Alvão, sítio dantesco, de onde se vislumbram o Monte Farinha, as Fisgas de Ermelo e o Marão. Inconformado com o rigor dos invernos e com o isolamento geográfico, depois  «ter conciliado o bornal, a moca e as cabras, com a escola, da qual saiu com a terceira classe, a conselho de um tio que morava em Ribeira de Pena, foi para Vila Pouca de Aguiar aprender o ofício de alfaiate. A partir dos 15 anos passou a dedicar-se ao banjolim, à viola e ao violão». Com essa tendência e gosto, mais o entusiasmo da juventude, com outros jovens do seu tempo, fundou a «Tuna de Bobal». Em 1963, com a influência de pessoas da vizinha freguesia de Ermelo, de seu irmão padre e do pároco, José Ferreira Real, dão o pontapé para a criação da Casa do Povo, sendo Joaquim de Carvalho designado como que o encarregado geral. A sua força de vontade e o desejo de expandir Bobal até ao centro do mundo, fez das funções de supervisão dessa Comunidade, o motor de arranque para grandes voos. Passou a colaborar na imprensa local e regional, onde falava dos seus projectos.
MARÃO
 E assim liderou, em toda a sua trajectória de vida, o progresso local. Criou  o Rancho Folclórico. Juntamente com a Tuna operacionalizou a animação que se estendeu à periferia e aos concelhos vizinhos. Enquanto colaborador de vários jornais da região foi um persistente mensageiro das necessidades daquela zona montanhosa e menos propensa para a fixação de pessoas e de desenvolvimento industrial. Conseguiu, com esse combate acessos que nunca haviam existido, segurança social, electrificação, tudo o que era básico e de interesse público. Foi autarca, foi representante na Assembleia Municipal e, utilizando sempre, em deslocações, os transportes públicos ou familiares,  por sua conta e risco, uma presença viva e activa desde que estivessem em causa os interesses da comunidade. Este é o protótipo de Transmontano que move montanhas, fazendo das tripas coração. Dedicou-se às causas públicas, mais do que a si próprio. Foi solidário, altruísta, tolerante, empenhado, humilde, bom chefe de família, incapaz de faltar aos seus compromissos, pontual, bairrista, um ser humano que a si se fez e pelos outros trabalhou, sem que o erário público, alguma vez, fosse lesado.
Na cidade de Vila Real, em Mondim de Basto, em actos públicos, em festas, em romarias, em actos religiosos da sua área de  convivência, com chapéu preto, baixo, de corpo franzino, de nariz atento,  de olhos bem abertos e ouvidos em escuta ao que de interesse público possa escutar; com pasta debaixo do braço, cheia de recortes para oferecer aos amigos, aí o temos. É sempre o primeiro a chegar, mesmo que tenha de levantar-se às quatro da madrugada, alugar um táxi, ou na primeira camioneta.  Não há muitos como ele. Por isso o trago a esta crónica para perguntar aos políticos se alguma vez se lembraram dele, imitando-o nas causas públicas, seguindo-o nos bons exemplos de trabalho, de honestidade e de persistência. E já agora: - quando se lembram de perpetuar esse exemplo num dos muitos caminhos, vias municipais, ou outras serviços públicos que, à sua maneira de ser e de estar, se ficaram a dever?
                                                                                                                                        Barroso da Fonte



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