Costa Pereira Portugal, minha terra. |
Nas traseiras da Sé, na Rua da Rosa, desperta a
atenção de quem passa, um belo edifício de arquitectura barroca, dos finais do
séc.XVII, princípios do séc. XVIII, com algumas alterações que não afectaram a
beleza original da sua arquitectura. É um bom exemplo das casas solarengas de
Angra do Heroísmo. De notar que "na
fachada principal podemos admirar um rico pórtico lavrado em cantaria da
região, constituído por duas colunas salomónicas encimadas por capiteis
compósitos e arquitrave e uma ampla cartela que envolve a pedra de armas da
família que aqui viveu - a família Bettencourt".- Nele está instalada
a Biblioteca e Arquivo de Angra. Ao lado, na Rua da Carreira dos Cavalos, fica
outra vistosa casa solarenga construída no terreno de que se diz: D. João III "cedeu "para todo o sempre" o paço
que aqui ficava para uso e serviço dos Bispos de Angra constituído por casas,
cozinhas, quintal e pombal".- A
pesar de apalaçada, da sua arquitectura original nada resta; actualmente
designado Paços da Junta Geral, nela funciona a Secretaria Regional da Educação
e Cultura. E daqui descendo pela frente do Palácio Bettencourt, vamos
regressar, pela Rua do Salinas à Rua da Sé, para uma vez mais admirar a
vertical escadaria que em cantaria dá acesso ao patamar da entrada principal da
Sé e que uma estatua de São João Paulo II ali erecta, assinala a visita de Sua
Santidade à Terceira, pouco depois do sismo de 1980. Está praticamente feita a
apresentação do património arquitectónico e paisagístico que integrado na
chamada zona central da urbe angrense ocupa, com o antigo vulcão do Monte
Brasil, uma área protegida de cerca de seis quilómetros quadrados.
Intencionalmente deixamos para ultimo lugar
esta parte que vamos tratar, pois não obstante a sua importância histórica
sempre nos faz recordar um período menos bom em que fomos dominados por
estrangeiros, mas isso já lá vai...Subimos então pela Rua da Sé até ao Alto das
Covas e ali, ou mais uns metros à frente, vamos voltar à nossa esquerda tomando
a direcção do Relvão ou do Bailão e compenetrados atravessar a
entrada das muralhas do fortificado Monte Brasil, mas sem antes de iniciarmos a
incursão até ao Pico das Cruzinhas (205m) fazermos primeiro uma visita á igreja
de São João Baptista que o Rei D. João IV mandou construir logo após a rendição
das tropas espanholas, e ao que resta desta fortaleza que dizem os bisbilhoteiros
nela estiveram detidos entre outras figuras D.Afonso VI, Gungunhana e até um
leiriense que foi pai de Mário Soares. Dum mapa-guia
da cidade transcrevemos o que referente ao Castelo
de S. Filipe / S. João Baptista do Monte Brasil consta mencionado: "Iniciado
à volta de 1592 por ordem de Filipe II de Espanha, I de Portugal, envolve todo
o Monte Brasil, controlando os ancoradoiros de Angra e do Fanal e destinado
primordialmente à protecção dos navios das Índias Ocidentais (América
Espanhola) é muito provavelmente a maior fortaleza construída por Espanha, em
todo o Mundo. Cerca de 400 peças de artilharia; 4 km de muralha; 3 km2 de área,
1500 homens de 1ª linha ao tempo de Filipe III de Espanha e II de Portugal; a
mais antiga fortaleza continuadamente ocupada por tropas portuguesas; o torreão
da bandeira, onde pela primeira vez foi hasteado o pavilhão de monarquia
constitucional da Senhora D. Maria II; a primeira igreja a ser construída em
Portugal depois da Restauração (1645); um dos poucos locais onde ambos os
impérios coloniais ibéricos deixaram marcas, são algumas referências a não
esquecer".- Falam bem melhor
que nós os testemunhos em itálico.
Costa Pereira
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