Portugal fortalece laços de cooperação na saúde com Angola |
O
ministro da Saúde angolano disse hoje em Lisboa que há um grande
mercado em Angola para ser explorado pelas empresas farmacêuticas e pelo
ramo saúde privada de Portugal, havendo também oportunidades para os
profissionais de saúde.
"A indústria farmacêutica, a indústria dos
serviços de saúde (de Portugal) têm muitas oportunidades em Angola",
disse o ministro da Saúde angolano, José Van-Dúnem.
O ministro fez
estas declarações durante a visita que realizou hoje à Autoridade
Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), em Lisboa, onde
foi recebido pelo presidente da instituição, Eurico Castro Alves, e pelo
Secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira.
"Angola quase
não produz medicamentos e o mercado está quase virgem. Uma das
exigências na produção de medicamentos é que a rotulagem e as bulas
sejam em português e quem produz em português já parte com esta
vantagem", que Portugal deveria aproveitar, disse Van-Dúnem.
O
ministro referiu que Portugal fabrica medicamentos com qualidade e "as
pessoas já estão habituadas aos medicamentos portugueses", sendo uma
grande oportunidade para a indústria farmacêutica portuguesa essa
"preferência da maior parte da população" angolana.
Portugal, por
falar a mesma língua, "recebe um grande número de doentes que vem a
Portugal através da Junta Nacional de Saúde" de Angola.
"Portanto,
poderia ser outro nicho de mercado que Portugal poderia aproveitar e
seria mutuamente benéfico para os angolanos que deixariam de se deslocar
e para os portugueses porque os preços que se pagam no sector privado
da saúde (angolano) são muito atractivos", sublinhou o ministro
angolano.
Segundo Van-Dúnem, Portugal possui muitos "recursos
humanos e, neste momento, com a reorganização do sistema nacional de
saúde português, há disponibilidade de alguns profissionais, que seriam
muito bem-vindos em Angola".
"Por outro lado, as instituições de
formação portuguesas poderão ser parceiras importantes para reforçarem
situações de formação em Angola. É outra área que temos muitas
expectativas", afirmou o ministro.
Questionado sobre o eventual
tráfico de medicamentos de Portugal para o seu país, o ministro
respondeu que não tem sido "noticiado, nem notificado casos de
medicamentos desviados para Angola. Poderá acontecer, mas não tem grande
dimensão".
"O problema que temos confrontado é a luta contra a
contrafacção de medicamentos, que não tem qualidade. Há pouco tempos
fizemos uma grande apreensão de medicamentos desta qualidade",
sublinhou.
O ministro disse que tem havido um reforço de várias
medidas de segurança por parte das autoridades angolanas, com a ajuda do
Infarmed e outros institutos, entra as quais o controlo de determinadas
moléculas dos medicamentos que permitem avaliar a sua qualidade.
O ministro sublinhou ainda a importância da cooperação entre os institutos reguladores de medicamentos dos dois países.
Durante
o evento no Infarmed, foi apresentado o Fórum dos Reguladores de
Medicamentos do Espaço Lusófono (Farmed), que foi criado em Maio deste
ano, que terá sua primeira sessão plenária a 28 de Novembro, em Lisboa.
José
Van-Dúnem iniciou hoje a Lisboa uma visita oficial, que se prolonga até
quinta-feira, que prevê encontros com diversas entidades ligadas ao
sector da saúde em Portugal.
"Viemos responder um convite do
ministro (da Saúde) Paulo Macedo, a visitarmos Portugal", referiu o
ministro angolano, dizendo que a viagem vai permitir valiosa troca de
experiências entre os dois países e os seus dois ministros da Saúde.
O
ministro, acompanhado por uma delegação do Governo, visitou hoje a
Direcção-geral da Saúde e, posteriormente, vai estar no Hospital Curry
Cabral e no Hospital Santa Maria.
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