segunda-feira, 4 de março de 2013

Equipa da Universidade do Minho cria alcatrão inteligente através da nanotecnologia


 
Novo pavimento muda de cor quando se forma gelo

Nanotecnologia desenvolvida por equipa da UMinho limpa via


Novidade será testada numa auto-estrada da região centro, com condições propícias (Imagem: Zink Dawg)

Uma equipa da Universidade do Minho (UMinho) desenvolveu um pavimento que muda de cor quando se forma gelo na sua superfície. A inovação deve-se à introdução de nanocompósitos à base de óxidos no chão. Esta tecnologia poderá evitar inúmeros acidentes e vítimas nas estradas de todo o mundo, sobretudo em países frios e montanhosos.
Joaquim Carneiro, investigador do Centro de Física da Escola de Ciências da UMinho e líder do projecto, explica que quando a temperatura baixa ao ponto de congelação da água (0ºC) é produzida uma reacção que leva o asfalto a adquirir a cor vermelha. Os condutores conseguem, assim, visualizar as zonas encarnadas em que se formam as placas de gelo e tomam as devidas precauções.
As minúsculas partículas à base de óxidos têm ainda a capacidade de limpar o próprio asfalto. Isto é, reagem quimicamente com o óleo que sai dos veículos em acidentes ou em derrames no asfalto, degradando o óleo e convertendo-o em dióxido de carbono e água. A inovação permite assim prevenir acidentes fruto das perigosas manchas de óleo, em particular aos motociclistas.

Finlândia e Portugal

A pesquisa de Joaquim Carneiro foi apresentada com sucesso numa conferência internacional e já despertou o interesse dos governos da Finlândia e Portugal. Depois das provas laboratoriais na UMinho, será agora testada em ambiente real, numa auto-estrada da região centro, cujas condições de rigor climático, altitude, humidade e temperatura são consideradas propícias.
“Acreditamos que os testes vão ser positivos e a implementação deste ‘asfalto inteligente’ será uma realidade a médio prazo, promovendo a prevenção rodoviária e evitando acidentes em todo o mundo, em especial nas regiões frias e montanhosas, como a Escandinávia, o Canadá, a Rússia ou os Andes”, assinalou Joaquim Carneiro.
O seu próximo projecto incide na utilização de fibras de carbono que alertem para a formação de fissuras no asfalto, para que sejam detectadas e reparadas mais rapidamente.



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