Por: Costa Pereira
Muitos foram os que
no passado dia 2 saíram à rua para protestar contra as medidas de austeridade
com que o governo tem afrontado os portugueses. Uns com mais razão que outros,
o certo é que muita gente se juntou em cortejo por esse pais fora para nas
principais cidades manifestar publicamente o seu descontentamento por tal
politica que não agrada a ninguém. Quando
pela manhã passei pelo Praça Dom João da Câmara e notei que a RTP estava a
montar ali projetores de imagem logo pensei para comigo, vai haver festa rija.
Não me enganei. Tanto ali como nas vizinhanças, por volta das 11:00h o ambiente
era de um sábado de pouco movimento na baixa alfacinha, como nesta foto se vê. Mas
eu não sendo curioso gosto de tirar a prova e para isso, por volta das 16:00h,
meti-me no Metro e fui até aos Restauradores assistir à manifestação que do
Marques de Pombal desceu ao Terreiro do Paço.
Com as palavras de
ordem "O Povo unido jamais será vencido", os manifestantes após o
tiro de partida, por volta das 16:00h, deixam a Rotunda do Marques e pela Av.
da Liberdade a baixo, também já com todo esse trajeto abarrotar de gente,
começam a desfilar. Às 17:07 recolhi à saída do Metro a primeira imagem do
desfile.
Ali me mantive quase
hora e meia a ver desfilar descontentes com a politica austera deste governo e
empunhando cartazes com frases apontadas às mazelas provocadas na sociedades
pela política desta governação. Entoando frases bem estudadas e diretas contra
o Governo e à Troika a música e letra da "Grândola, Vila Morena"
deram animação ao desfile. Veio tudo para a rua, até os animaizinhos...
Quando nos toca na
pele só nos ocorre passar a mão por cima, daí que eu dê razão aos que dizem que
em vez do slogan "Que se lixe a Troika", devia dizer-se: QUE SE LIXEM
OS POLÍTICOS! Todos, sem exceção! "Foram eles que trouxeram a TROIKA para
cá! Foram eles que fizeram obras só por puro compadrio ou para favorecerem
amigos ou futuros empregadores. Foram eles que criaram pensões milionárias ao
fim de 8-10 anos para os políticos! São eles que não querem reduzir o número de
deputados, que não querem reduzir aos impostos (a economia está exausta!) que
não querem fazer uma verdadeira reforma de estado. O estado só deve ser
empregador nos serviços essenciais " e por aí fora. Até aqui concordo em
absoluto com ideia, mas isso não vai ao encontro da maioria dos promotores
destas manifestações que mete gente muito bem estrelada e remunerada. Vi lá
muitos e bem conhecidos.
Também como quem
comentou "concordo que as pessoas se manifestem e mostrem o seu
descontentamento, só lamento é que não se vejam cartazes ou discursos com novas
ideias e com novas propostas. Tudo se resume a "que se lixa a
troika". Sim, que se lixe, e depois? Era respostas a esta pergunta que eu
gostava de ouvir em vez de insultos e discursos pobres e vazios que nada dizem
ou acrescentam. Não chega criticar quem faz, é necessário criticar colaborando
na construção". E quem arrasta o povo para estas manifestações não está
disposto a construir, mas a criar confusão que pode conduzir de facto ao caos
social. Mas realmente apetece perguntar: "Por
onde andava esta gente enquanto Guterres e Sócrates endividavam o país?
Portugal optou assumidamente pelo endividamento criminoso durante o governo de
Guterres e, os limites do gerível foram em muito ultrapassados aquando do
governo do farmacêutico de Paris que não paga impostos em Portugal".
Aqui não há dúvida
que "o súbito esclarecimento e capacidade reivindicativa de toda esta
gente contrasta com o desconhecimento e conivência então revelada. Será que não
liam jornais? Será que achavam que tudo estava bem? É bom não esquecer QUEM
conduziu Portugal para este estado de fragilidade, insuficiência e carência. O
ponto de partida desta dura caminhada começou há 20 meses com o país falido e
socorrido internacionalmente. Sem a ajuda internacional tudo seria diferente
para muito pior. Ao governo compete interpretar o descontentamento generalizado
patente nesta manifestação. Ignorar a realidade é algo não recomendável em
democracia".
Há razão de sobra
para estamos descontentes com a austeridade e desemprego que se abateu sobre
nós, mas não é com greves ou manifestações de rua que o país se liberta da
crise em que o meteram. É com trabalho, quem o tem; com iniciativas, todos que
têm capacidade, e com saber e dedicação à causa nacional, que tem faltado
Segundo um
jornalista alemão que esteve a fazer os cálculos, estima-se que a manif
rondasse as 400 mil pessoas, não sei mas foi das maiores concentrações de
pessoas que tenho visto em Lisboa. Claro que estas jornadas são muito bem
planeadas e nem só por portugueses, mas por camaradas internacionais sempre
prontos para dar apoio ou incentivar, logo por isso "um grupo de duas
dezenas de manifestantes cantam "En
El Pozo Maria Luisa", canção de intervenção das Astúrias em homenagem aos
mineiros".
Cantando e rindo o
desfile lá foi seguindo ao encontro dos delegados da Troika que no Terreiro do
Paço se supunha deviam estar a fazer contas. Pelos vistos nem todos são
unanimes no aceitar que certas associações se aproveitem destes eventos para
colher dividendos políticos e este comentário aponta : "A presença da
pastoral da CGTP só pode prejudicar os manifestantes anónimos e a grandeza do
movimento. Não lhes basta as greves semanais...até nesta do Povo querem meter a
“bucha".
Cada um é livre de
pensar como entende, mas não esquecer que a CGTP nisto anda sempre na
dianteira. Ás 18:42h, cantada a "Grândola", os manifestantes começam
a desmobilizar. Uns dirigindo-se para casa outros para a Assembleia da
República, o Terreiro do Paço entretanto ficou vazio. A terminar mais esta :
" a pressão sobre o governo é legítima e bem vinda, provocando correção de
rumo, de algumas políticas. Agora esquecer a realidade da situação e querer sol
na eira e chuva no nabal nem que se estivesse 24 sobre 24 horas aos berros se
lá chega, antes pelo contrário". É isso que o Povo português tem que ver e
refletir sem acusar injustamente quem herdou a pesado herança e não quer um
país caloteiro.
Como no ciclismo,
esperei pelo carro vassoura, aqui representado por carros da Policia e
ambulâncias, que na cauda do desfile, a deixar a Praça D. Pedro IV, passou por
mim frente à Estação do Rossio eram 18:15h. Nessa altura aproveitei para
apanhar o Metro e regressado a casa ver e ouvir, em paz e sossego, alguns dos
comentários da Comunicação Social à volta desta grande manifestação onde a
chamada "esquerda" não me pareceu maioritária. Comunicação Social
também com muitas culpas no cartório pelo seu empenho no guisar sensacionalismo
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