segunda-feira, 4 de março de 2013

Costa Pereira - Guisar Sensacionalismo (Grândola)


            Portugal, minha terra.
 
 
 

Por: Costa Pereira



Muitos foram os que no passado dia 2 saíram à rua para protestar contra as medidas de austeridade com que o governo tem afrontado os portugueses. Uns com mais razão que outros, o certo é que muita gente se juntou em cortejo por esse pais fora para nas principais cidades manifestar publicamente o seu descontentamento por tal politica que não agrada a ninguém. Quando pela manhã passei pelo Praça Dom João da Câmara e notei que a RTP estava a montar ali projetores de imagem logo pensei para comigo, vai haver festa rija. Não me enganei. Tanto ali como nas vizinhanças, por volta das 11:00h o ambiente era de um sábado de pouco movimento na baixa alfacinha, como nesta foto se vê. Mas eu não sendo curioso gosto de tirar a prova e para isso, por volta das 16:00h, meti-me no Metro e fui até aos Restauradores assistir à manifestação que do Marques de Pombal desceu ao Terreiro do Paço.



Com as palavras de ordem "O Povo unido jamais será vencido", os manifestantes após o tiro de partida, por volta das 16:00h, deixam a Rotunda do Marques e pela Av. da Liberdade a baixo, também já com todo esse trajeto abarrotar de gente, começam a desfilar. Às 17:07 recolhi à saída do Metro a primeira imagem do desfile.



Ali me mantive quase hora e meia a ver desfilar descontentes com a politica austera deste governo e empunhando cartazes com frases apontadas às mazelas provocadas na sociedades pela política desta governação. Entoando frases bem estudadas e diretas contra o Governo e à Troika a música e letra da "Grândola, Vila Morena" deram animação ao desfile. Veio tudo para a rua, até os animaizinhos...



Quando nos toca na pele só nos ocorre passar a mão por cima, daí que eu dê razão aos que dizem que em vez do slogan "Que se lixe a Troika", devia dizer-se: QUE SE LIXEM OS POLÍTICOS! Todos, sem exceção! "Foram eles que trouxeram a TROIKA para cá! Foram eles que fizeram obras só por puro compadrio ou para favorecerem amigos ou futuros empregadores. Foram eles que criaram pensões milionárias ao fim de 8-10 anos para os políticos! São eles que não querem reduzir o número de deputados, que não querem reduzir aos impostos (a economia está exausta!) que não querem fazer uma verdadeira reforma de estado. O estado só deve ser empregador nos serviços essenciais " e por aí fora. Até aqui concordo em absoluto com ideia, mas isso não vai ao encontro da maioria dos promotores destas manifestações que mete gente muito bem estrelada e remunerada. Vi lá muitos e bem conhecidos.



Também como quem comentou "concordo que as pessoas se manifestem e mostrem o seu descontentamento, só lamento é que não se vejam cartazes ou discursos com novas ideias e com novas propostas. Tudo se resume a "que se lixa a troika". Sim, que se lixe, e depois? Era respostas a esta pergunta que eu gostava de ouvir em vez de insultos e discursos pobres e vazios que nada dizem ou acrescentam. Não chega criticar quem faz, é necessário criticar colaborando na construção". E quem arrasta o povo para estas manifestações não está disposto a construir, mas a criar confusão que pode conduzir de facto ao caos social. Mas realmente apetece perguntar: "Por onde andava esta gente enquanto Guterres e Sócrates endividavam o país? Portugal optou assumidamente pelo endividamento criminoso durante o governo de Guterres e, os limites do gerível foram em muito ultrapassados aquando do governo do farmacêutico de Paris que não paga impostos em Portugal".



Aqui não há dúvida que "o súbito esclarecimento e capacidade reivindicativa de toda esta gente contrasta com o desconhecimento e conivência então revelada. Será que não liam jornais? Será que achavam que tudo estava bem? É bom não esquecer QUEM conduziu Portugal para este estado de fragilidade, insuficiência e carência. O ponto de partida desta dura caminhada começou há 20 meses com o país falido e socorrido internacionalmente. Sem a ajuda internacional tudo seria diferente para muito pior. Ao governo compete interpretar o descontentamento generalizado patente nesta manifestação. Ignorar a realidade é algo não recomendável em democracia".



Há razão de sobra para estamos descontentes com a austeridade e desemprego que se abateu sobre nós, mas não é com greves ou manifestações de rua que o país se liberta da crise em que o meteram. É com trabalho, quem o tem; com iniciativas, todos que têm capacidade, e com saber e dedicação à causa nacional, que tem faltado



Segundo um jornalista alemão que esteve a fazer os cálculos, estima-se que a manif rondasse as 400 mil pessoas, não sei mas foi das maiores concentrações de pessoas que tenho visto em Lisboa. Claro que estas jornadas são muito bem planeadas e nem só por portugueses, mas por camaradas internacionais sempre prontos para dar apoio ou incentivar, logo por isso "um grupo de duas dezenas  de manifestantes cantam "En El Pozo Maria Luisa", canção de intervenção das Astúrias em homenagem aos mineiros".

 

Cantando e rindo o desfile lá foi seguindo ao encontro dos delegados da Troika que no Terreiro do Paço se supunha deviam estar a fazer contas. Pelos vistos nem todos são unanimes no aceitar que certas associações se aproveitem destes eventos para colher dividendos políticos e este comentário aponta : "A presença da pastoral da CGTP só pode prejudicar os manifestantes anónimos e a grandeza do movimento. Não lhes basta as greves semanais...até nesta do Povo querem meter a “bucha".

 

Cada um é livre de pensar como entende, mas não esquecer que a CGTP nisto anda sempre na dianteira. Ás 18:42h, cantada a "Grândola", os manifestantes começam a desmobilizar. Uns dirigindo-se para casa outros para a Assembleia da República, o Terreiro do Paço entretanto ficou vazio. A terminar mais esta : " a pressão sobre o governo é legítima e bem vinda, provocando correção de rumo, de algumas políticas. Agora esquecer a realidade da situação e querer sol na eira e chuva no nabal nem que se estivesse 24 sobre 24 horas aos berros se lá chega, antes pelo contrário". É isso que o Povo português tem que ver e refletir sem acusar injustamente quem herdou a pesado herança e não quer um país caloteiro.
Como no ciclismo, esperei pelo carro vassoura, aqui representado por carros da Policia e ambulâncias, que na cauda do desfile, a deixar a Praça D. Pedro IV, passou por mim frente à Estação do Rossio eram 18:15h. Nessa altura aproveitei para apanhar o Metro e regressado a casa ver e ouvir, em paz e sossego, alguns dos comentários da Comunicação Social à volta desta grande manifestação onde a chamada "esquerda" não me pareceu maioritária. Comunicação Social também com muitas culpas no cartório pelo seu empenho no guisar sensacionalismo



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