Há dois anos que tinha vontade de descobrir Sobral,
no Brasil, depois de ter lido o capítulo “A Tradição Doce” do livro “Artes da
Tradição: Mestres do Povo” da autoria do prestigiado Gilmar de Carvalho. A
minha maior curiosidade, ou interesse, prendia-se com o facto de, naquela
localidade, ainda se confecionarem os famosos Fartes, Fartens, ou Fartéis como
são referidos na carta de Pero Vaz de Caminha anunciando ao Rei D. Manuel I a
descoberta do Brasil em 1500. Doces chegados à terra de Vera Cruz antes de ser
Brasil. Claro que no texto de Gilmar de Carvalho são citados outros doces de
origem lusa (Alfenins, Bulins, Esquecidos, Sequilhos, Queijadinhas, Bolos de
Milho, Pudim Tentador e Pão-de-ló Confeitado) mas os Fartes provocavam a maior
curiosidade pelo facto de terem sido os doces embarcados nas naves que partiram
de Lisboa e chegaram a estas terras e foram oferecidos às populações de índios
que os aguardavam na costa, mas que parece não terem apreciado Depois, ainda, a
curiosidade pelo facto do famoso bispo D. José Tupynambá da Frota (1882-1959),
primeiro bispo de Sobral, ter incentivado a confeção de doçaria de origem
portuguesa. Esta expedição dará oportunidade a várias crónicas, sendo esta a
primeira.
Notas de uma viagem ao interior do Brasil:
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