Luis Monte Negro |
Montenegro diz que democracia foi “abalroada”
Sofia Rodrigues (Público oneline)
20/02/2013 - 17:46
Polémica sobre
manifestações contra Governo aqueceu o Parlamento.
Montenegro:
“Não há democracia se os representantes legítimos do povo forem impedidos de
expressar o seu pensamento" Foto: Daniel Rocha .
Num debate acalorado em plenário, o líder parlamentar do PSD,
Luís Montenegro, veio afirmar que “a democracia foi recentemente abalroada”, a
propósito dos protestos que impediram o ministro Miguel Relvas de falar em
público numa conferência.
“Não há democracia se os representantes legítimos do povo, por
estes eleitos directa ou indirectamente, forem impedidos de expressar o seu
pensamento”, afirmou Montenegro. O líder parlamentar do PSD condenou
“expressões públicas de desagrado violento não passarão de atitudes
antidemocráticas, despóticas e visceralmente intolerantes”. E destacou “um
episódio” em que “a democracia foi recentemente abalroada”, num estabelecimento
de ensino superior, sem referir os protestos de ontem contra o ministro no
ISCTE.
Foi Bernardino Soares, líder da bancada do PCP, que recordou o
episódio em concreto. “Quando o ministro já disse as maiores barbaridades, que
expulsa estudantes do ensino superior por aumento das propinas, ele, logo ele,
vai para uma universidade para discursar, vai à procura dos acontecimentos”,
apontou, gerando um coro de protestos na bancada social-democrata. Montenegro
respondeu: “Muitas vezes, os militantes e os deputados do PCP dizem coisas que
se não são barbaridades andam lá perto, mas nunca calámos as opiniões do PCP.”
Pelo PS, o líder parlamentar, Carlos Zorrinho, partilhou da
ideia de defesa da democracia, mas mostrou compreensão pelo descontentamento.
“A falta de credibilidade do Governo é a principal causa do descontentamento”,
disse Zorrinho.
O líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, foi contido nas
palavras e disse rever-se "absolutamente" e subscrever as declarações de condenação aos
protestos a Relvas no ISCTE feitas por Augusto Santos Silva e António Barreto.
Na intervenção final, Montenegro referiu-se a Grândola Vila
Morena, canção que nos últimos dias tem servido para interromper intervenções
públicas de ministros, como forma de protesto. “Muito se tem dito e cantado nos
últimos dias, mas queria dizer que a Vila Morena, a terra da fraternidade, onde
o povo mais ordena, é terra de todos, não é propriedade de ninguém”, disse,
aplaudido fortemente pela sua bancada.
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