sábado, 9 de fevereiro de 2013

O distanciamento de António José Seguro e a aproximação de António Costa



 Comentário

Pedro Lomba (Os Bourbons) faz o retrato correcto dos “órfãos de Sócrates”. E dá como exemplo, um facto histórico que é uma imagem lúcida do estado actual do Partido socialista. António Costa, esse “príncipe de Florença”, representa o que há de pior no P.S. português ao aceitar ir a jogo empurrado pela gente que levou o país à bancarrota (aliás, ele próprio participou, como ministro, nesse desastre). António José Seguro, o que há de menos mau nesse mesmo partido politico. Ou, de certa forma, o que há de melhor. Porque se o primeiro representa o socialismo republicano (revolucionário, em busca de sangue), o segundo representa o socialismo reformador, lúcido, e ideologicamente muito próximo da social-democracia (que nos inícios do século XX, na Alemanha, se afastou dos socialistas revolucionários, para se aproximar dos liberais).
António José Seguro foi apunhalado por essa gente. Quando se candidatou a Secretário-geral, na altura em que o P.S. estava de rastos (e ainda está, não tenham ilusões os lunáticos), completamente desacreditado, Costa virou as costas. Era incompatível, dizia na altura, exercer os dois cargos: o de autarca de Lisboa e o de Secretário-geral. Então… e agora, já não é incompatível? Costa é um “Chico – esperto” (quem tem memória lembra-se perfeitamente como tratou os autarcas, enquanto ministro da Administração Interna!), ainda por cima empurrado por aquilo que há de mais medíocre no P.S. Por gente que deu cabo do país e dos seus cidadãos. Até porque a competência que os camaradas (e os oportunistas) lhe atribuem apenas se situa no domínio da política, não no da sua formação académica[1]. António José Seguro foi tão ou mais competente que Costa nos lugares políticos que desempenhou.
Costa está a ganhar tempo para se candidatar a Secretário geral depois das autárquicas. É isso que mostram as últimas sondagens, como a da SIC noticias (!).
Seguro que faça o seu caminho. Porque se Costa está agarrado a esse passado político escabroso, Seguro nele não teve participação activa, manteve a distância devida. E livre Deus o País de algum dia vir a ter como Primeiro – ministro António Costa, que defendeu (e defende) a todo o custo, um passado hediondo! Costa e essa “tralha” querem alterar a História: a de que, em determinada época, um determinado P.S. (o dele) levou o país à bancarrota. Levando Seguro a reconhecer as politicas socráticas!



[1] E neste aspecto, não se conhece nenhum ministro que tenha sido incompetente. A carrada de assessores cobre-lhes a “incompetência”.


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