foto Leonel de Castro/Global Imagens |
A
cerimónia dos 75 anos da Sinagoga do Porto foi marcada pela presença do
embaixador de Israel em Portugal e de altos dignatários judeus vindos
expressamente de Londres, Israel, Argentina e Estados Unidos da América.
Discretos,
porque à civil, elementos de forças de segurança portuguesa e israelita não
despegavam os olhos perante qualquer movimento. Um carro da PSP acentuou,
também, o clima de segurança que rodeou, este domingo, a celebração dos 75 anos
da fundação da Sinagoga Kadoorie-Mekor Haim.
As
razões eram muitas: foram 280 os convidados de vários cantos do Mundo para a
cerimónia, aberta pelo presidente da Comunidade Israelita do Porto, o
norte-americano Dale Jeffries. No templo, estavam o embaixador de Israel, Ehud
Gol, Marinho e Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados e o deputado Carlos
Abreu Amorim, estes dois elogiados pelo "destacado envolvimento" no
processo que culminou com a recente reabilitação do fundador da sinagoga,
capitão Barros Basto, pelo Parlamento português. Dale Jeffries, após dissertar
sobre a vida e obra de Barros Basto, salientou a presença de "rabinos de
Londres, da Argentina, de Israel e dos Estados Unidos, que vieram porque acham
a sinagoga um símbolo para os judeus do mundo inteiro".
Orações em hebraico
As
comemorações, dirigidas pelo rabino da Comunidade Israelita do Porto (com 39
elementos), Daniel Litvak, foram seguidas de orações, em hebraico, proferidas
pelos rabinos convidados, bendizendo Portugal e as suas gentes, a comunidade
israelita no país, o capitão Barros Basto e os 75 anos sobre a construção da
sinagoga.
No
final das intervenções religiosas, foi dada a palavra aos convidados, altura
aproveitada por Marinho Pinto para, salientando o seu ateísmo, abordar as
perseguições aos judeus em Portugal e concluindo que nem tudo é passado:
"As fogueiras da inquisição ainda não se apagaram totalmente e nem todas
as religiões são tratadas da mesma maneira".
De
salientar que a comemoração das bodas de diamante do templo judeu ocorre cerca
de um ano depois de a Assembleia da República ter reabilitado formalmente o
nome do seu fundador. A decisão foi tomada por uma comissão parlamentar que
declarou, por unanimidade, que "Barros Basto foi separado do Exército
devido a um clima genérico de animosidade contra si motivado pelo facto de ser
judeu", em 1937, recomendando ao Governo a sua reintegração no Exército, a
título póstumo. v
Surpreendente
foi a separação de homens e mulheres durante a cerimónia religiosa. Isto
acontece sempre que o culto é dirigido por um rabino.
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