
O Primeiro-ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, recordou-o como “militar de excepção” e um homem “que deixou uma contribuição extraordinária para a implantação da democracia”. E o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Portas, considerou que os portugueses lhe devem “uma parte relevante da liberdade em Portugal”.
Como homem sim, podemos pronunciar-nos. Jaime Neves foi um valente. Ao contrário dos cobardes (que morrem várias vezes), o General morreu apenas uma. A nossa geração habituou-se a ouvir o seu nome. Cresceu com ele nos ouvidos. Os seus homens seguiam-no “ sem pestanejar”. Um episódio (histórico) que evidencia a sua qualidade de líder, está indubitavelmente ligada aos comandos da Amadora. Quando o Partido Comunista, em 1975, tomou conta do quartel, saneando o então Coronel Jaime Neves, os seus homens recusaram-se a ser comandados por outro. Cara a cara, disseram ao então “general” Otelo Saraiva de Carvalho que só aceitariam ordens de Jaime Neves. E seguiram-no a 25 de Novembro de 1975, no golpe que pôs fim à influência de esquerda militar radical, conduzindo ao fim do criminoso PREC (Processo Revolucionário em Curso).
Jaime Neves era um transmontano de Gema, nascido em Vila Real. Como eles (transmontanos), tinha “defeitos” e virtudes. Como eles, também apreciou um bom vinho na altura certa; nos repastos com amigos (e provavelmente noutras ocasiões). Mas ao que sabemos, gostava de olhar o Marão.
Armando Palavras
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