Ouvir comentários ou ler
entrevistas de certos sectores, alguns da oposição ao governo, sobre politica,
enche os portugueses, com (alguma) decência, de alguma agonia e escárnio.
No último mês temos assistido à
discussão de cenários que nos atirariam, em definitivo, para o abismo, se as
probabilidades de concretização fossem algumas. Alguns advogam sobre o próximo
governo (!), outros, os profetas da desgraça, anunciam a queda deste governo
para Outubro.
Como se isso não chegasse, o
Presidente da República entendeu, como de resto é seu dever, dirigir algumas
normas do Orçamento para o Tribunal Constitucional, por entender que eram
inconstitucionais. O Provedor da Justiça seguiu-lhe os passos e os partidos da
oposição também. E ainda bem para que as atitudes politicas se clarifiquem. Mas
uma coisa é o Presidente da República, o Provedor da Justiça e os partidos da
oposição como o PC e o BE. Outra coisa é o Partido Socialista, que espalhafatosamente
se apresentou nos meios de comunicação social, representado por três dos seus
deputados (onde se incluía uma senhora), como se fossem os salvadores da Pátria
(que eles próprios conduziram ao desastre).
Pior ainda foram as declarações
de alguns deputados socialistas e do seu próprio Secretário-geral (ao afirmar
que era uma ofensa para os portugueses!), sobre o governo de Portugal, quando
publicamente se soube do Relatório do FMI (tecnicamente sério). Chegaram ao
cúmulo (será que não têm a noção do ridículo?) de alvitrarem que o
Primeiro-ministro de devia demitir!
Sejamos claros porque os
portugueses não são estúpidos. Podem, muitas vezes, ir na onda do “canto da
sereia” porque encanta, mas não são estúpidos. Este governo foi legitimado, para um mandato de
quatro anos, pela maioria dos eleitores portugueses, para cumprir
(essencialmente) um contrato (com credores) assinado pelo partido socialista.
Os socialistas governaram o país durante (quase) sete anos com um timoneiro
chamado José Sócrates. A sua governação foi execrável. Com a cumplicidade
ideológica de alguns sindicatos e uma clientela medíocre, promulgaram-se “leis criminosas”
(que ainda estão por ser corrigidas) que levaram o país à bancarrota.
Dizem os socialistas que o
Orçamento é inconstitucional. Perguntamos: será constitucional levar o Estado à
falência?
Armando Palavras
Post-scriptum
O que surpreende no Relatório do
FMI é o bárbaro retrato do país! Um Estado de clientelas, onde “as
transferências sociais proporcionam mais benefícios aos que têm mais rendimentos
do que aos que têm menos, agravando a desigualdade”. E nada nos surpreende
assim que os que mais se levantam contra ele, sobretudo no que diz respeito à
Educação, sejam aqueles que mais beneficiaram do regime que nos trouxe aqui: ao
desastre! Sustentados pelo prejuízo de uns tantos, humilhados por remarem
contra a maré da mediocridade.
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