sábado, 12 de janeiro de 2013

A curta memória de alguns sectores na apreciação do Relatório do FMI




A curta memória de alguns sectores na apreciação do Relatório do FMI

Ouvir comentários ou ler entrevistas de certos sectores, alguns da oposição ao governo, sobre politica, enche os portugueses, com (alguma) decência, de alguma agonia e escárnio.
No último mês temos assistido à discussão de cenários que nos atirariam, em definitivo, para o abismo, se as probabilidades de concretização fossem algumas. Alguns advogam sobre o próximo governo (!), outros, os profetas da desgraça, anunciam a queda deste governo para Outubro.
Como se isso não chegasse, o Presidente da República entendeu, como de resto é seu dever, dirigir algumas normas do Orçamento para o Tribunal Constitucional, por entender que eram inconstitucionais. O Provedor da Justiça seguiu-lhe os passos e os partidos da oposição também. E ainda bem para que as atitudes politicas se clarifiquem. Mas uma coisa é o Presidente da República, o Provedor da Justiça e os partidos da oposição como o PC e o BE. Outra coisa é o Partido Socialista, que espalhafatosamente se apresentou nos meios de comunicação social, representado por três dos seus deputados (onde se incluía uma senhora), como se fossem os salvadores da Pátria (que eles próprios conduziram ao desastre).
Pior ainda foram as declarações de alguns deputados socialistas e do seu próprio Secretário-geral (ao afirmar que era uma ofensa para os portugueses!), sobre o governo de Portugal, quando publicamente se soube do Relatório do FMI (tecnicamente sério). Chegaram ao cúmulo (será que não têm a noção do ridículo?) de alvitrarem que o Primeiro-ministro de devia demitir!
Sejamos claros porque os portugueses não são estúpidos. Podem, muitas vezes, ir na onda do “canto da sereia” porque encanta,  mas não são estúpidos. Este governo foi legitimado, para um mandato de quatro anos, pela maioria dos eleitores portugueses, para cumprir (essencialmente) um contrato (com credores) assinado pelo partido socialista. Os socialistas governaram o país durante (quase) sete anos com um timoneiro chamado José Sócrates. A sua governação foi execrável. Com a cumplicidade ideológica de alguns sindicatos e uma clientela medíocre, promulgaram-se “leis criminosas” (que ainda estão por ser corrigidas) que levaram o país à bancarrota.
Dizem os socialistas que o Orçamento é inconstitucional. Perguntamos: será constitucional levar o Estado à falência?
Armando Palavras

Post-scriptum

O que surpreende no Relatório do FMI é o bárbaro retrato do país! Um Estado de clientelas, onde “as transferências sociais proporcionam mais benefícios aos que têm mais rendimentos do que aos que têm menos, agravando a desigualdade”. E nada nos surpreende assim que os que mais se levantam contra ele, sobretudo no que diz respeito à Educação, sejam aqueles que mais beneficiaram do regime que nos trouxe aqui: ao desastre! Sustentados pelo prejuízo de uns tantos, humilhados por remarem contra a maré da mediocridade.



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