Observar
o quadro ao lado, publicado pelo jornal Público (5-11-XII), é pensar num país
atingido por um grande cataclismo, ou a braços com uma guerra de alta
destruição. Foi a isto que nos trouxe a bancarrota. A um conjunto de cantinas
sociais que o actual Governo financia para os mais necessitados.
Contratos
acordados com instituições sociais como as Misericórdias, permitem que ao custo
de 2,5 euros a refeição, o Governo consiga manter mais de 500 refeitórios de
instituições de solidariedade social e misericórdias, por todo o território
nacional. Prevendo-se que até Dezembro, entrarão nesta rede mais 100 cantinas.
Isabel
Jonet cuja participação no Banco Alimentar ao longo de vinte anos é notável e
meritória, pertence a uma elite que consentiu que o país fosse conduzido ao
desastre a que chegou. E as suas desastrosas declarações na SIC Noticias assim
o confirmam. Isabel optou por uma narrativa perigosa que incide na
responsabilidade individual das pessoas, omitindo todas as outras – as
fundamentais. Colocando sobre os ombros do cidadão comum a culpa que pertence a
outros; à elite a que ela pertence. Porque não foi o cidadão comum que negociou
as PPP, que nacionalizou o BPN (vai custar ao contribuinte cerca de 7 mil milhões!); que incentivou o crédito, que mentiu sobre as
formações, etc.
CHINA - A Grande muralha |
A
Revista d’O jornal Público do último fim-de-semana, traz transcrita uma
reportagem extensa sobre a China, assinada por Paulo Moura. Foi do melhor que
lemos sobre o assunto. Relata a revolta dos camponeses em 1993, liderada por
Wang Xiangdong, que alerta o partido comunista chinês para a enorme corrupção
local. Tema aflorado no livro de Chen Guidi e Wu Chintao, A Vida dos Camponeses da China (2003), que vendeu 7 milhões de
exemplares.
Wang Xiangdong |
Com
clareza transcreve passagens extraordinárias sobre as viagens em autocarro
pelas vias que ligam as principais cidades. Humanamente degradantes. São ainda
abordados magistralmente, temas sobre as grandes cidades, as mais populosas (e
ricas) do mundo (30 milhões de habitantes), os empregos, os suicídios (para
chamar a atenção), as grandes empresas (as maiores do mundo), e sobre a maior
migração da Humanidade concretizada nestes últimos vinte anos (250 milhões de
pessoas), como o fazem as personagens de Terra
Bendita (Terra Abençoada em
algumas traduções) da prémio Nobel americana Pearl S. Buck, um livro que
deslumbra.
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