sábado, 15 de setembro de 2012

Estará Portugal a caminho da violência?




Que o Povo seja ingénuo e pouco letrado é uma coisa, que gente grada do regime se comporte como gente analfabeta, lunática e tonta é outra. Ainda por cima quando uma grande maioria é especializada na matéria – neste caso, economia e finanças.
Se para os Estados Unidos, neste momento, apesar da economia deprimida e do desemprego em massa, uma grande maioria dos trabalhadores mantêm os salários altos, no caso da Europa, algumas nações (como Portugal) precisam urgentemente de reduzir os salários em relação aos praticados na Alemanha. O que é dramático para, pelo menos, 70% da população. A gente grada do regime não tem esse problema porque além de ter um vencimento muitíssimo acima da média, junta-lhe acumulações e “esquemas” que não vêm para o caso.
E porque razão tem de haver essa redução salarial? Em países como a Espanha (e Portugal de certa forma), as suas economias passaram, grande parte da década passada, sustentadas por um enorme boom imobiliário  [1] , financiado por enormes influxos de capital da Alemanha (e do norte). O que contribuiu para o aumento da inflação, fazendo subir os salários relativamente aos salários alemães (embora em Portugal a dimensão não seja comparada com a da Espanha). Acontece, porém, que essa expansão foi ainda amplificada por uma bolha especulativa que, como um balão, acabou por rebentar.
Por essa razão, estes países precisam reorientar as suas economias, desviando-as da construção, direccionando-as novamente para a produção (indústria, por exemplo). O problema é que, neste momento, essas economias não são competitivas porque os salários são elevados em relação aos dos alemães (não tanto no caso português). Por isso a única forma de as tornar competitivas é reduzir os salários (isto é dito pelos maiores especialistas do mundo!). Fazer isso seria fácil se se pudesse desvalorizar a moeda. Mas essas economias já não têm moeda própria, daí o problema.
Por outro lado, a mobilidade laboral tem sido muito problemática na Europa porque a riqueza de culturas e de línguas dificulta o acesso a trabalhadores menos instruídos (e também aos mais instruídos).
Quando o Primeiro-ministro de Portugal anunciou as medidas que provocaram aquele alarido da gente grada, sabia do que falava. Tanto assim que ainda ontem reafirmou que a redução dos salários era uma imposição da Troika e que o FMI só emprestaria a próxima tranche se esse facto constasse no orçamento. “Pode-se enganar o homem honesto, mas não ridicularizá-lo” (Confúcio).             
Porque será que essa gente grada se rebelou tanto, procurando ridicularizar o Primeiro-ministro? Porque (finalmente em 2012) lhe vão ao bolso? É que em Portugal, desde o pronunciamento militar a 25 de Abril, existem uns “mais iguais que os outros” (O Triunfo dos porcos, George Orwell). Que se julgam intocáveis. Na verdade têm-no sido. E por isso incendiaram a população (o POVO). Mas os governos socialistas anteriores, a uns tantos, subtraiu-lhes uma soma considerável do vencimento desde 2006.
No meio dessa gente, sabemos que as afirmações de alguns foram estados de alma, mas as de outros foram nitidamente insidiosas, de gente irresponsável.
Quem já foi à Grécia não gostou do que viu. E com este incêndio atiçado não tardaremos a fazer-lhes companhia. No nosso caso será pior. Voltaremos a tempos da I República? A um período de 15 anos de guerra civil? Onde imperou o terrorismo e a violência?
Nessa altura, a essa gente grada de pouco lhe servirá a importância e o dinheiro. Porque este “é como o estrume:se não se espalha é inútil” (Francis Bacon).
Quanto a António José Seguro, pertence ao número daqueles que falam daquilo que vão fazer. É que as crianças falam daquilo que fazem e os velhos daquilo que fizeram.

Armando Palavras

Post-scritum
Deixamos aqui dois conselhos a este Governo, sobre dois pontos em que deve incidir com urgência:
 
1 – Mandar fazer uma auditoria às duas anteriores governações socialistas. Para explicar ao povo a forma execrável como governaram (para além da bancarrota).
2 – Corrigir as patifarias que os dois governos socialistas anteriores fizeram a certos funcionários do Estado, desde a justiça, à agricultura ... e especialmente na educação.
 
Aprecie estes sites. Estaremos à beira disto?

Violência na Grécia - Manifestantes e policiais entram ... - YouTube

Violencia en Grecia - YouTube

Estalla la violencia en Grecia - YouTube

Debate televisivo grego termina à pancada - YouTube




 


 

 


 


 

 

 


 


 

 


[1]Como depois da entrada do euro em vigor, as dividas dos países do sul da Europa foram consideradas tão seguras como as do norte, houve uma grande redução do custo dos empréstimos (antes as taxas de juro do sul da Europa eram mais altas que as do norte, porque os investidores exigiam um prémio de risco para compensar os riscos da desvalorização da moeda, ou incumprimento). Os bancos convencionais, por não terem finanças tão sofisticadas como nos EUA, financiaram directamente, mas os bancos locais não possuíam depósitos suficientes, por isso recorreram em grande escala aos mercados grossistas do norte que não estavam a viver este boom. Estas entradas gigantescas de capital alimentaram os boms e os salários que, em dez anos, no sul da Europa subiram cerca de 35% enquanto na Alemanha não passaram dos 9%.. A economia do sul da Europa deixou de ser competitiva e esses países devido ao influxo gigantesco de capital, começaram a ter défices igualmente gigantescos.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Presidente Biden liberta ATACMS para atacarem território russo

Hoje no Mundo Militar O presidente Biden liberou a Ucrânia para atacar alvos dentro da Rússia com mísseis ATACMS, faltando menos de 2 mese...