Memórias de Céu e Inferno
Esta
história passa-se no tempo em que foi inventada a esferográfica
Sinopse
A
trama genialmente urdida nesta história, desenvolve-se em torno do destino do seu
protagonista.
Entregue
ainda de peito, por sua mãe que definhava da doença, a uma sua tia, Silvestre
passa na pequena aldeia da Peneda, localizada entre o Marão e o Alvão, uma
infância de brutal pobreza.
As
condições de miséria da família, descritas de forma sublimada nos primeiros
dois capítulos, forçam os tios, passados oito anos, a entregá-lo, depois de uma
despedida confrangedora, a um casal de Lamego (o sr. Xando e a D. Guida), na
condição de o tratarem como se fosse filho.
Como,
de facto, sucedeu. Da pobreza total, Silvestre passa a ter uma vida requintada
em que nada lhe falta, onde tudo era novidade. Da postura na mesa, dos comeres,
da roupa, etc.
Companheiro
de Cesarinho, o filho paraplégico do casal, o pequeno Silvestre vive no Paraíso
durante cinco anos. Com a morte de D. Guida, retorna ao Inferno. E por
imposição da irmã viúva do sr. Xando que vive em Sesimbra e para lá quer levar
o irmão e o sobrinho (na companhia da criada, Balbina), é, de novo, votado a
outro destino.
Entregue
a um casal de Chaves, vê-se de novo “sem eira nem beira”. Chorando
compulsivamente junto da alma dilacerada do sr. Xando que o leva à Régua, segue
no comboio para Chaves, onde o destino lhe coloca uma senhora de Tabuaço, dona
da Quinta da Formiga, a D. Laurinda, com quem dialoga até Vidago.
Em
Chaves é recebido pelo sr. Augusto, um comerciante respeitado na região, pela
esposa, D. Céu, e pela criada, a Piedade. Tinha treze anos.
O
sr. Augusto inicia-o no mester do negócio da “Casa Nóvoas”, uma casa de
ferragens. Aí tem como colegas o velho Guilherme e o Artur.
No
ano seguinte cria uma grande amizade com Celso, filho do dono do café mais
importante da cidade, que lhe aconselha certas leituras e o inicia nos prazeres
carnais, levando-o ao “Catequero”, onde conhece Flora.
Cinco
anos passados, envolve-se amorosamente com D. Céu, por iniciativa dela. Durante
algum tempo vivem uma paixão escondida, com encontros fortuitos e troca de
cartas.
O
sr. Augusto despede-o. Terá sabido do caso? É uma interrogação que fica no ar.
Celso emprega-o no café. Mais tarde o sr. Augusto, promove-o a sócio gerente da
firma. Atacado pela doença, o comerciante suicida-se.
Armando Palavras
Amónio Passos Coelho nasceu em Valnogueiras (Vila Real) em 1926. Formou-se em Medicina na Universidade de Lisboa. Estagiou no caramulo (1954). Em 1960 obtém a especialidade
Regressado a Portugal desenvolveu a
actividade em Vila Real, onde desempenhou numerosos cargos.
Paralelamente desenvolveu uma considerável actividade
literária, publicando vários livros de contos como Gente da Minha Terra e Histórias Selvagens. Além de
poesia, dedicou-se ao romance: Caramulo (reeditado em 2006),
Zélia (2008) e Angola, Amor Impossível
(2011).
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