Por PÚBLICO (online)
01.07.2012
As fortificações de Elvas – que
atravessam séculos da história militar e da cidade – foram classificadas como
Património Mundial pela UNESCO.
Palco
decisivo das guerras de fronteira que se seguiram à Restauração, em 1640, as
estruturas agora classificadas constituem a maior fortaleza abaluartada da
Europa (reconhecido pela forma em estrela), sendo formada, para além do
castelo, pelas fortalezas secundárias de Santa Luzia e da Graça.
Fundadas
no reinado de D. Sancho II e construídas sobre uma estrutura muçulmana, foram
incluídas na Lista Indicativa do Património Mundial da UNESCO em 2009.
As
fortificações, através das quais se atravessa o período mouro e medieval, bem
como as inovações renascentistas e, pelas modernizações regulares das
estruturas, o avanço do tempo até ao século XIX, são "um dos mais
importantes casos de sobreposição de funções e de evolução das concepções
estratégicas e militares ao longo da História", referia a proposta então
enviada à Comissão Nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura).
A
decisão foi tomada no sábado pelo Comité do Património Mundial, que está
reunido até dia 6 de Julho em São Petesburgo, na Rússia. A candidatura da
classificação das fortificações abrangia vários monumentos - os fortes de Santa
Luzia, do século XVII, e da Graça, do século XVIII, três fortins do século XIX,
as três muralhas medievais e a muralha do século XVII, além do Aqueduto da
Amoreira. Era a única candidatura portuguesa entre as 33 que a UNESCO tinha
sobre a mesa.
"Esta
classificação não tem só um grande significado para mim e para todos aqui em
Elvas, tem um grande significado para o país", disse ao PÚBLICO o
presidente da Câmara Municipal de Elvas, José António Rondão Almeida. "Não
é todos os dias que um órgão como a UNESCO diz que temos à porta de casa um bem
que é único e de valor universal", completou.
Rondão
Almeida espera que a entrada das fortificações na lista do património cultural
da humanidade sensibilize agora o Ministério da Defesa, proprietário do Forte
da Graça, jóia da arquitectura militar do século XVIII e peça central da candidatura,
para a preservação daquele conjunto.
O
projecto de candidatura começou a ser preparado em 2004 e decorreu sem
sobressaltos, segundo a vereadora da Cultura, Elsa Grilo. "Foi um trabalho
intenso que implicou uma forte componente de preservação do património mas
também de educação", explicou, falando do centro interpretativo do
complexo formado pelas fortificações, inaugurado em Outubro do ano passado, e
nos painéis informativos criados para os bens agora classificados.
Entre
outros, a UNESCO elevou também a Património Mundial a Igreja da Natividade em
Belém ou a paisagem cultural urbana do Rio de Janeiro.
Considerou ainda a UNESCO, património de risco os templos da cidade mitica de Tumbucto (Mali), que as facções islamistas ameaçaram destruir (nota nossa)
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