O Ato
O sumo de uma laranja jorra
através dos meus dentes,
Depois do prato da canja com
letras desordenadas e quentes.
Palato vitaminado, exótico,
com muitos cês,
Dignos de um prato erótico e
sabores que ninguém vê.
Deito a foice à seara e, no
espaço, marco o eito
Deste trigal de palavras, que
ceifo e ponho a jeito.
Lavro terra no papel, para
nova sementeira,
Disponho os grãos de trigo,
depois da debulha na eira.
E nesta dança frenética, extasiado de espanto,
Ejaculo letra a letra, sobre uma folha em branco.
E nesta dança frenética, extasiado de espanto,
Ejaculo letra a letra, sobre uma folha em branco.
Idealizo uma tela, de cores
visto-a com tempo,
Onde em cada pincelada
perpetuo este momento.
Oh! Como bailam as letras! Que bailado intermitente…
Oh! Como bailam as letras! Que bailado intermitente…
Uma a uma rumo à tela;
parecem estrelas cadentes!
Bendita sopa de letras onde
comem os sentidos
Elixir de alquimista que dá
cor e vida aos livros.
J.F.
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