
Lembra a encruzilhada e elo de
ligação a outras terras (Carviçais, Moncorvo, Mogadouro, Freixo ou Felgar onde
guarda a memória do Padre Joaquim M. Rebelo), os jogos de criança, a Igreja
Matriz, os cânticos de D. Julien, Fr. Miguel Negreiros e do Pe. Arrondo; passa,
de leve, pelas festividades, a capela da Senhora dos Remédios e o tombo que a
avó Laura lá deu. Viaja pelo vale da capela da Senhora da Alegria e pelo
cântico da Irmã Sorriso, pelo cemitério velho onde está sepultada uma grande
amiga e o “Ti Coragem” (que era natural de Argozelo); segue para a escola primária
e vislumbra as rosas de D. Luísa, a professora. Passa, suave, pela pequena
ponte (de lajes), pelas fontes, pelas colheitas, pelos pombais, pelos
palheiros, pelas tabernas, pelos lagares de azeite (local onde normalmente se
realizavam os teatros), pelas pessoas da sua família, e segue rumo à festa da
Senhora das Graças de Lagoaça, onde foi “muito feliz” (p.101) e onde havia
aprendido certas danças que depois ensaiou para o teatro que era costume
fazer-se nos Estevais (p. 49). E não esqueceu os livros que leu na biblioteca
itinerante da Gulbenkian, ou os amores proibidos da adolescência.
É um livro muito pessoal, sem ser monográfico, cuja
pretensão documental não passa das belas fotografias que apresenta, e cuja
execução gráfica da Chiado Editora (2011) revela bom gosto pela simplicidade.
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