Á
semelhança de outros, este livro há muitos anos esquecido do público, é um
extraordinário testemunho de um antigo funcionário soviético, nascido na
Ucrânia, que revela a história da sua vida na Rússia, as experiências como
membro do Partido Comunista e a ruptura com o regime soviético, em 1944, após
ser nomeado para uma comissão nos Estados Unidos da América.
Victor Kravchenko
nasceu em Yekaterinoslav, na Ucrânia, em 1905. Filho de um revolucionário, foi
criado num ambiente de revolta contra o czarismo, tendo vivido intensamente a
confusão e as ambições que se seguiram à revolução de 1917. Em 1929, quando
Estaline toma as rédeas do comunismo mundial, foi admitido no Partido Comunista
e rapidamente se revelou um importante elemento para o partido.
O seu
relato, que foi originalmente publicado em 1946 e traduzido para mais de vinte
idiomas, é uma descrição pormenorizada e dramática da vida russa sob a ditadura
do Partido Comunista e da fuga de um homem para a liberdade.
No livro,
o dissidente revela detalhes sobre a Coletivização, o Holodomor (a Grande Fome)
e o envio de milhões de inocentes para as prisões e para os campos de trabalhos
forçados da Sibéria, conhecidos como Gulag - antecipando cerca de três décadas
o relato de Alexander Soljenitsin em Arquipélago Gulag.
A sua
história deu origem ao "julgamento do século" em Paris, com Victor
Kravchenko a processar o jornal francês Les belles Lettres por difamação ao
considerar que a sua fuga tinha sido orquestrada e que ele próprio era um
agente norte-americano. Deste episódio resultaria o segundo livro de
Kravchenko, intitulado "Eu escolhi a justiça"(1950).
Kravchenko faleceu em 1966 em Nova Iorque e a sua morte permanece rodeada em mistério, pois apesar da versão oficial indicar como causa o suicídio, subsiste a dúvida se terá sido morto por agentes soviéticos.
(contracapa)
NOTA DO
AUTOR
«Os
atores desta narrativa tão dramática não são classes mas pessoas, não são
heróis nem vilões, mas simplesmente seres humanos apanhados e envolvidos no
destino cruel de uma grande Nação.»
Victor Kravchenko, ucraniano, dissidente soviético
A página 283:



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