Apagai o Passado!
Destruí o Presente!
…Assim, construireis o Futuro!
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus
amigos – nº 52
BRAGA, 24 -
Agosto - 2023
+
PAX
“Vivemos tempos em que o espanto
se converte em rotina…”. Este é o início do fantástico livro: “Manual
do bom cidadão, para compreender e resistir à cultura do cancelamento” de Jorge
Soley Clementi.
Na realidade, não há dia em que não sejamos confrontados, “perplexificados”
(passe o neologismo), com acontecimentos e opiniões de tal modo “loucos” e que
nos chegam em catadupa que já os encaramos rotineiramente sem lhes atribuir o
seu verdadeiro significado e alcance. Mas esta torrente de loucuras fazem-nos
correr o gravíssimo risco de não lhes atribuirmos o seu verdadeiro sentido e
gravidade.
Esta situação de catástrofe cultural e de “apagão” da nossa identidade,
de cortar as nossas raízes históricas ou de as deformar com mentiras, impede a
natural circulação da seiva vivificante de cada um de nós, da nossa família,
das nossas comunidades e do nosso país , que é a nossa memória identitária. É a
destruição a que assistimos com grande indiferença do que somos pois já não
sabemos de onde vimos. Assim se prepara um futuro manipulável que as ideologias
dominantes colonizam a grande velocidade pois que encontram uma sociedade de
indivíduos desmoriados e ocos.
Quando vemos os nossos media ocidentais que todos os dias nos atacam com
novos chavões politicamente correctos e convidando ao cancelamento prático de
quem pensa de outro modo, deveríamos ficar preocupadamente activos em não temer
opormo-nos a tal delírio.
Já nada nos espanta! Já nada nos inquieta! Já nada nos revolta!
A rotina e a intensidade com que nos é imposta a formatação do novo modo
de ser e de agir anestesiam-nos e nós deixamos com um cobarde “agora é assim”
ou “isto há-de passar”! Comportamo-nos como um bando de idiotas, idiotas úteis.
… E esta “idiotia” colectiva facilita a imposição de novos paradigmas
que sonham fazer “um Homem novo” bem na linha do mais puro marxismo em que os
opressores e oprimidos, em luta permanente são hoje as lutas entre “géneros”
(dezenas e dezenas deles!), entre racismos, patriarcado e sexismos, homofobias,
transfobias, etc e etc… A loucura
colectiva chega ao ponto do hasteamento, em edifícios públicos (de todos nós!),
de bandeiras sectárias representativas de correntes minoritárias ao lado e com
a mesma dignidade da bandeira nacional! Não sei se esses grupos têm algum hino
que os identifique. Se sim, talvez não falte muito para ser tocado em ocasiões
solenes nacionais ou locais ou em desfiles militares!...
A loucura ainda não paga impostos contrariamente aos nossos actos
diários que com todos nós estamos sobrecarregados imoralmente.
Se já deixamos apagar o nosso Passado; se já deixamos destruir o
Presente, que Futuro quereremos construir?
Quem se pode calar perante este desvario cultural em que nos deixamos
submergir cada dia mais e que levará ao nosso fim?
Eu não me calo!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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