Há 60 anos (28 de Agosto de 1963), um reverendo baptista com vontade
inquebrantável, militante anti-racista, pronunciou um dos melhores discursos do
século XX. Chamava-se Martin Luther King. 250 mil pessoas deslocaram-se
a Washington, ao Memorial Lincoln, numa gigantesca marcha.
King iniciou o discurso lendo
um texto que levava escrito.
Segundo reza a lenda, quando as
pessoas começavam a dispersar naquela tarde, a cantora Mahalia
Jackson incentivou-o
em voz bem audível: «Fala-lhes do sonho, Martin!».
O reverendo largou os papéis, passando a
falar de improviso. Surgiu um discurso extraordinário, com citações biblicas do Salmo
XXX, 5 e
do livro de Isaías,
XL, 4-5 em
defesa da igualdade racial e em protesto contra todos os actos de discriminação
de que os cidadãos americanos de pele negra continuavam a ser alvo um século
após a guerra civil.
«Sonho que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos esclavagistas serão capazes de se sentar à mesa da fraternidade. Sonho que um dia até o Mississipi, um estado que sufoca sob o calor desértico da injustiça e da opressão, se transformará num oásis de justiça e liberdade. Sonho que um dia os meus quatro filhos viverão numa nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo seu carácter», declarou King nesta peça essencial para a promulgação da legislação que reconheceria direitos civis a todos os norte-americanos, promulgada dez meses mais tarde pelo presidente Lyndon Johnson.
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