sábado, 22 de janeiro de 2022

GUINÉ: 1970 -1980 - Guerra, Paz e fuzilamentos...


 
BARROSO
da FONTE


Por ocasião dos 28 anos da inauguração do Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, situado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa, chega aos escaparates das melhores livrarias do país, a obra:

Guerra, Paz e Fuzilamentos-Guiné 1970-1980.

Assina este livro de livros, o Coronel Manuel Amaro Bernardo que nasceu em Faro, em 1939 e que é «um oficial reformado do Exército Português. Desde 1977, passou a fazer investigação sobre a História Contemporânea mais recente, tendo publicado nove livros até 2013». Extratos desses livros relacionadas com a Guiné, mais aditamentos posteriores, reaparecem, em 472 páginas, algumas das quais já faziam parte de outra obra com idêntico título, em 2007.

Não conheci pessoalmente este meu coetâneo, ele do quadro permanente e eu miliciano. Mas a sua vasta obra, coerente, patriótica, disciplinada e rigorosa sempre me alentou a formar e a formatar essas virtudes culturais e cívicas que me nortearam, como jornalista e autor, nestes 68 anos de militância ininterrupta que completo em 24 deste mês. Na minha biblioteca pessoal, exposta ao público, na Cidade Berço, que chegou a ter vinte e três mil títulos, antes de enviar partes para Timor, Câmara de Montalegre e associações periféricas, consegui adquirir, cerca de um milhar de obras de militares de todas as ideologias. Prefaciei várias, editei dúzias (como editor) e como recensor literário, li muitos mais.

Confesso que uma leitora que pessoalmente não conheço mas que me privilegia com a sua amizade e à qual considero, uma espécie de anjo da guarda de todos, frequenta, em Lisboa, os centros culturais recomendáveis para as apresentações de livros.

A Editora Âncora, por exemplo, criou o programa «Fim do Império». A maior parte dos livros dos militares de Abril, quer do quadro quer milicianos, primam pela entrega das obras que nos últimos 25 anos se têm publicado. Os amigos do livro, já conhecem os locais das apresentações. E, mal sabem de mais um, logo partilham essa presença, mesmo à distância.

Com mais esta obra assim aconteceu. Acabei de ler, reler e anotar elementos para uma recensão. Manuel Amaro Bernardo, Alberto Ribeiro Soares, Jorge Golias, Jorge Lage, Manuel Beirão da Cunha, todos coronéis da Guerra do Ultramar, são figuras de alto nível intelectual e académico que aprecio ter à mão para reconhecer que todos fizemos parte do mesmo ciclo. Esse ciclo prejudicou a todos, quer os profissionais das armas, quer os milicianos. Aqueles viram interrompidas as suas carreiras às portas do generalato. No meu caso que foi o de muitos milhares, que atrasaram o seu curso superior, o seu casamento, a reconstrução das suas vidas familiares. Nunca, alguém, corrigiu esta aberração. Mas ela existe desde que a democracia ficou institucionalizada. Esse quisto, quicá furúnculo gangrenoso é irreversível

Compensações? Somente os 310 ex-políticos e juízes que durante toda a sua vida receberam mensalmente pensões de luxo, entre 883 e os 13.666 euros. Mas estas verbas, conhecidas por «subvenções mensais vitalícias» nada têm a ver com os restantes rendimentos do trabalho profissional desses sortudos.

Este livro de um comentador bem documentado obriga a uma reflexão sobre os 48 anos de democracia em construção. Edição da Âncora - programa Fim do Império.

Barroso da Fonte


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