Por ocasião dos 28 anos da inauguração do Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, situado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa, chega aos escaparates das melhores livrarias do país, a obra:
Guerra, Paz e Fuzilamentos-Guiné 1970-1980.Assina este livro
de livros, o Coronel Manuel Amaro Bernardo que nasceu em Faro, em 1939 e que é «um oficial reformado do Exército Português. Desde 1977,
passou a fazer investigação sobre a História Contemporânea mais recente, tendo
publicado nove livros até 2013». Extratos desses livros relacionadas com a Guiné,
mais aditamentos posteriores, reaparecem, em 472 páginas, algumas das quais já
faziam parte de outra obra com idêntico título, em 2007.
Confesso que uma
leitora que pessoalmente não conheço mas que me privilegia com a sua amizade e
à qual considero, uma espécie de anjo da guarda de todos, frequenta, em Lisboa,
os centros culturais recomendáveis para as apresentações de livros.
A Editora Âncora,
por exemplo, criou o programa «Fim do Império». A maior parte dos livros dos
militares de Abril, quer do quadro quer milicianos, primam pela entrega das
obras que nos últimos 25 anos se têm publicado. Os amigos do livro, já conhecem
os locais das apresentações. E, mal sabem de mais um, logo partilham essa
presença, mesmo à distância.
Com mais esta obra
assim aconteceu. Acabei de ler, reler e anotar elementos para uma recensão.
Manuel Amaro Bernardo, Alberto Ribeiro Soares, Jorge Golias, Jorge Lage, Manuel
Beirão da Cunha, todos coronéis da Guerra do Ultramar, são figuras de alto
nível intelectual e académico que aprecio ter à mão para reconhecer que todos
fizemos parte do mesmo ciclo. Esse ciclo prejudicou a todos, quer os
profissionais das armas, quer os milicianos. Aqueles viram interrompidas as
suas carreiras às portas do generalato. No meu caso que foi o de muitos
milhares, que atrasaram o seu curso superior, o seu casamento, a reconstrução
das suas vidas familiares. Nunca, alguém, corrigiu esta aberração. Mas ela
existe desde que a democracia ficou institucionalizada. Esse quisto, quicá
furúnculo gangrenoso é irreversível
Compensações?
Somente os 310 ex-políticos e juízes que durante toda a sua vida receberam
mensalmente pensões de luxo, entre 883 e os 13.666 euros. Mas estas verbas,
conhecidas por «subvenções mensais vitalícias» nada têm a ver com os restantes
rendimentos do trabalho profissional desses sortudos.
Este livro de um
comentador bem documentado obriga a uma reflexão sobre os 48 anos de democracia
em construção. Edição da Âncora - programa Fim do Império.
Barroso da Fonte
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