terça-feira, 30 de novembro de 2021

Sandra Felgueiras sai indignada da RTP

                                https://www.rtp.pt/play/p8163/sexta-as-9

 

BARROSO  da  FONTE


Dia 26 de Novembro, um dos melhores programas televisivos de sempre, foi extinto porque a jornalista Sandra Felgueiras nunca se vergou ao poder político.

Nunca falei, nem conheci pessoalmente, esta grande Senhora da Televisão Pública. Mas como jornalista, com 68 anos de tarimba e ex-diretor da extinta Direção-Geral da Comunicação social do norte, conhecedor dos cantos e recantos do Palácio Foz e serviços afins distribuídos pela cidade de Lisboa, rendo pública homenagem a esta equipa que durante dez anos incomodou muita gente, denunciando verdadeiros «escarros» da democracia e ensinando aos jornalistas, aos comentadores e aos líderes políticos, os caminhos da verdade, da justiça e da reconciliação social.

Todos os docentes e discentes que exercem o ensino da comunicação que conduz ao aprofundamento da verdade, da justiça e da paz, devem exaltar as técnicas, os métodos e os falares  destas equipas que palmilham terrenos bravios, para chegarem às origens do crime; e, perante o abismo, pegam no bisturi e relatam os factos, com a transparência, o rigor e a vivacidade narrativa.

Sandra Felgueiras aproveitou o último programa para mencionar exemplos de outros jornalistas que se têm destacado nestes 47 anos de liberdade democrática, muito mais irritante do que no Estado Novo.

A equipa do programa "Sexta às 9" questiona a Direção de Informação da RTP, sobre as razões do inesperado fecho do programa, cujo fim de contrato deveria terminar em 17 de dezembro. Mas o último episódio foi exibido em 26 de Novembro. E aquela jornalista, que desde há 22 anos tinha contrato com a RTP, denunciou, «as barreiras à liberdade de imprensa». Nesses dez anos de programa houve tempo bastante para debater, com imagens cirúrgicas, diálogos vivos e argumentos, com direito ao contraditório. Para confirmar que as barreiras à liberdade de imprensa, foram reais, volumosas e indesmentíveis.

Sandra Felgueiras, abordou três exemplos contra os três jornalistas mais castigados, pelos líderes das contravenções à ética democrática. Deu imagem e voz a esses três jornalistas: José António Cerejo, Luís Rosa e Sérgio Pratas. Apontou-os como jornalistas exemplares, carregados de investigações severas, como se exige a todos os profissionais. Sujeitaram-se a submissões, a trabalhos forçados e a reverências de inusitados personagens, de duvidosa conduta social.

Desde o «lapso inexplicável» com o autarca de Aguiar da Beira, ao «saco azul» que envolveu Isaltino de Morais e Sérgio Pratas, carregado de verdade, de competência e de razão. Todos se viram-se vulgarizados pela ditadura de quem tudo fez para que esses valores objetivos, fossem barrados pela dureza dos agentes da lei do mais forte.

Pelos vistos as dezenas de milhares de opinadores que nos entram em casa, nas ruas, nos serviços e, sobretudo, nos canais televisivos, não se aperceberam da extinção do melhor programa que durante dez anos chamou os bois pelos nomes. A mentira, o poder democrático e a corrupção ficaram a rir-se dos crimes mais hediondos que o Sexta às 9 demonstrou.

Barroso da Fonte


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