domingo, 1 de novembro de 2020

Pão por Deus

 



Aproxima-se o Dia de Todos os Santos. Um dia de pedir aos nossos Santos devotos que nos livrem da Pandemia do Covid 19. Mas não é só o dia de Pedir o Pão por Deus. Lembro-me de nesse dia as crianças andarem a bater à porta das pessoas, a pedir o Pão por Deus. Uma tradição que se está a perder, e é pena, porque era bem aceite e recebida pelas pessoas a quem as crianças pediam o Pão Por Deus. Atendi-os e fui escrever este poema, que aqui deixo, e ofereço a essas crianças, hoje adultas,que não sei quem são.

 

Eis o poema, de minha autoria.

 

Pão por Deus

Eram duas crianças,

Como foram os filhos meus.

Bateram á minha porta,

Pediram o pão por Deus.

 

Traziam consigo outro pão,

Ao contrário de outros tantos.

E alimentavam uma chama,

No dia de Todos os Santos.

 

Numa época de descrença,

Neste mundo de aflitos,

É dos gestos das crianças,

Que brotam feitos bonitos.

 

Porque é sempre nas crianças,

Como foram os filhos meus,

Que habitam as esperanças,

Que haja sempre o pão de Deus.

 

João de Deus Rodrigues

In Livro “O acordar das emoções” – Tartaruga Editora»


3 comentários:

  1. As tradicoes sao a identidade de um povo. Perdem-se as tradicoes perde-se a sua identidade. Gostei muito do poema, e mais ainda que atraves dele se relembre pelo menos a tradicao.

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  2. TENHO UMA CASA ERGUIDA (Canção)

    Tenho uma casa erguida,
    Na colina junto ao monte.
    E a minha amada querida,
    Mora ao lado, junto à fonte.

    Mora ao lado, junto à fonte,
    Que vejo da minha janela.
    Quando o sol no horizonte,
    Sorri ao passar por ela.

    Sorri ao passar por ela,
    Por não ter muros nem grade.
    A minha casa junto ao monte,
    É um espaço de liberdade.

    E tem rosas e rosmaninho,
    A minha casa na colina.
    E nos beirais está o ninho,
    Onde nasceu a andorinha.

    Tenho uma casa erguida,
    Na colina, junto ao monte.
    E a minha amada querida,
    Mora ao lado, junto à fonte.

    Mora ao lado, junto à fonte,
    Onde corre água cristalina.
    E onde está a minha amada,
    Lá no alto da colina.

    In O Acordar das Emoções - João de Deus Rodrigues

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  3. As Mãos

    São as mãos que fazem a guerra.
    E é com elas que se constrói a paz.

    É com as mãos que o homem é capaz
    De cavar a sepultura e a terra.
    E de acariciar crianças ternas,
    Qui mimam com as suas mãos ,
    Os seios e as mãos maternas.

    E são mãos que amparam crianças,
    No aconchego do regaço terno.
    Embaladas pelas mãos das suas mães,
    Quando lhe dão o leite materno.

    E são mãos vorazes
    Que provocam dor e sofrimento.
    Quando se tornam tenazes,
    Incandescentes,
    De mãos suplicantes,
    Cruzadas no peito dos inocentes.

    E é com as mãos que se escreve a poesia,
    Que o coração dita e a alma consente.

    E é com as mãos que se segura o leme
    Dos barcos, que outras mãos construíram
    Para sulcarem os céus e os mares.

    E são as mãos piedosas,
    As que, nas convulsões da morte,
    Amparam velhinhos
    De mãos trémulas e rugosas.

    E é com as mãos que se cavam canteiros
    De cravos e rosas.
    Que outras mãos vão colher
    Para entregar em mãos maravilhosas,
    Que seguram outras mãos, acabadas de nascer.

    É com as mãos, que o homem é capaz
    De tudo fazer e desfazer.
    Por impulsos de amor e raiva,
    Desde o nascer ao morrer.

    In O Acordar das Emoções- João de Deus Rodrigues

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