Aproxima-se o Dia de Todos
os Santos. Um dia de pedir aos nossos Santos devotos que nos livrem da Pandemia
do Covid 19. Mas não é só o dia de Pedir o Pão por Deus. Lembro-me de nesse dia
as crianças andarem a bater à porta das pessoas, a pedir o Pão por Deus. Uma
tradição que se está a perder, e é pena, porque era bem aceite e recebida pelas
pessoas a quem as crianças pediam o Pão Por Deus. Atendi-os e fui escrever este
poema, que aqui deixo, e ofereço a essas crianças, hoje adultas,que não sei
quem são.
Eis o poema, de minha
autoria.
Pão por Deus
Eram duas crianças,
Como foram os filhos meus.
Bateram á minha porta,
Pediram o pão por Deus.
Traziam consigo outro pão,
Ao contrário de outros
tantos.
E alimentavam uma chama,
No dia de Todos os Santos.
Numa época de descrença,
Neste mundo de aflitos,
É dos gestos das crianças,
Que brotam feitos bonitos.
Porque é sempre nas
crianças,
Como foram os filhos meus,
Que habitam as esperanças,
Que haja sempre o pão de
Deus.
João de Deus Rodrigues
In Livro “O acordar das emoções” – Tartaruga Editora»
As tradicoes sao a identidade de um povo. Perdem-se as tradicoes perde-se a sua identidade. Gostei muito do poema, e mais ainda que atraves dele se relembre pelo menos a tradicao.
ResponderEliminarTENHO UMA CASA ERGUIDA (Canção)
ResponderEliminarTenho uma casa erguida,
Na colina junto ao monte.
E a minha amada querida,
Mora ao lado, junto à fonte.
Mora ao lado, junto à fonte,
Que vejo da minha janela.
Quando o sol no horizonte,
Sorri ao passar por ela.
Sorri ao passar por ela,
Por não ter muros nem grade.
A minha casa junto ao monte,
É um espaço de liberdade.
E tem rosas e rosmaninho,
A minha casa na colina.
E nos beirais está o ninho,
Onde nasceu a andorinha.
Tenho uma casa erguida,
Na colina, junto ao monte.
E a minha amada querida,
Mora ao lado, junto à fonte.
Mora ao lado, junto à fonte,
Onde corre água cristalina.
E onde está a minha amada,
Lá no alto da colina.
In O Acordar das Emoções - João de Deus Rodrigues
As Mãos
ResponderEliminarSão as mãos que fazem a guerra.
E é com elas que se constrói a paz.
É com as mãos que o homem é capaz
De cavar a sepultura e a terra.
E de acariciar crianças ternas,
Qui mimam com as suas mãos ,
Os seios e as mãos maternas.
E são mãos que amparam crianças,
No aconchego do regaço terno.
Embaladas pelas mãos das suas mães,
Quando lhe dão o leite materno.
E são mãos vorazes
Que provocam dor e sofrimento.
Quando se tornam tenazes,
Incandescentes,
De mãos suplicantes,
Cruzadas no peito dos inocentes.
E é com as mãos que se escreve a poesia,
Que o coração dita e a alma consente.
E é com as mãos que se segura o leme
Dos barcos, que outras mãos construíram
Para sulcarem os céus e os mares.
E são as mãos piedosas,
As que, nas convulsões da morte,
Amparam velhinhos
De mãos trémulas e rugosas.
E é com as mãos que se cavam canteiros
De cravos e rosas.
Que outras mãos vão colher
Para entregar em mãos maravilhosas,
Que seguram outras mãos, acabadas de nascer.
É com as mãos, que o homem é capaz
De tudo fazer e desfazer.
Por impulsos de amor e raiva,
Desde o nascer ao morrer.
In O Acordar das Emoções- João de Deus Rodrigues