O jornal Sol dedica seis páginas de entrevista ao Presidente Cavaco Silva. Realizada por Sebastião Bugalho, aconselha-se. Um documento …
"Neste momento, Portugal corre um grande
risco"
No 35.º aniversário da sua primeira vitória, Cavaco Silva lançou o seu 24.º
livro, que dedica aos seus netos e às novas gerações. É duro com o Governo ao
qual deu posse há cinco anos, mas escusa-se a entrar na arena política da
atualidade. ‘Há demasiados insultos’ entre os políticos de hoje. Os elogios vão
para Ursula Von der Leyen e para Pedro Passos Coelho.
por Sebastião Bugalho
Neste seu último livro, afirma que somente os seus Governos foram verdadeiramente social-democratas em Portugal...
Eu tive dez anos, mais de oito com maioria absoluta. Foram condições únicas para aplicar essa social-democracia. Imagine o Dr. Passos Coelho, obrigado a aplicar um programa para tirar Portugal da bancarrota, que era a herança que tinha recebido do Governo socialista anterior. Teve que subordinar-se a um programa que tinha sido negociado pelo Governo que o antecedeu. Eu tive dez anos... Tive uma certa sorte... Durão Barroso teve um Governo bastante curto, Pinto Balsemão teve um Governo bastante curto e o mesmo aconteceu com Santana Lopes. Eu... alguns dizem que é sorte ter chegado a primeiro-ministro naquela altura... Mas cheguei porque ganhei eleições... Repare que a nossa social-democracia tem uma originalidade na sua aplicação, que é o facto de partirmos de uma sociedade estatizada sem esse ser o resultado de uma vontade do povo. Enquanto os outros países admitiam nacionalizações como resultado de idas às urnas, da vontade popular, aqui não. Toda essa estatização da economia e da sociedade portuguesa havia ocorrido sem ouvir os portugueses, sem uma força democrática por trás. Foi esse país estatizado que eu recebi há 35 anos, quando fui eleito primeiro-ministro pela primeira vez.
FONTE: https://sol.sapo.pt/artigo/711331/neste-momento-portugal-corre-um-grande-risco
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