J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho
Braga, Julho_2020
A Independência do Kenya (Kénia) só na aparência foi um “parto” manos doloroso para europeus e africanos que a Independência da Tanzânia, Zanzibar incluído. O Kenya tem ligações ao mar como as tem a Tanzânia. O Kenya tem na fronteira norte a Somália, a qual faz parte do chamado “corno de África” com capital em Mogadíscio ou Mogadishu, que tem pelo menos um hotel de luxo onde sempre há hóspedes que são ocidentais, mormente do EUA. Por isso mesmo, sujeito a frequentes ataques terroristas do al-Shabaab, filial da Al-Qaeda. As tropas do Governo Somali, seja ele qual fôr, nada podem fazer na defesa do hotel, até porque há terroristas infiltrados nessas tropas. Por outro lado, nas montanhas desse país há um campo de treino militar, dirigido pelos Chefes militares da Al-Qaeda ao qual as tropas do Governo não conseguem chegar.
A fronteira do Kénia com a Somália é muito extensa e “porosa” . É por
isso impossível ao Governo do Kénia impedir a entrada de terroristas
bem armados produzidos e existentes na Somália. em Nairobi, capital do Kénia,
há também pelo menos um grande hotel de luxo ligado a um supermercado moderno.
Nesse conglomerado (o Dusit compound) há sempre muitas pessoas que são
ocidentais.
Por isso esse parque é um alvo apetecido para o al-Shabaab que ataca e foge rapidamente para
o abrigo donde partiu.
Por outro lado, embora só 12% dos regiosos do Kénia professem a religião
muçulmana, há um número suficiente de mesquitas, cujos clérigos, sem dúvida
radicais, escondem facilmente terroristas nas suas paróquias, pois (o Swahili) é
língua comum e têm hábitos comuns. Os EUA têm cometido a tolice de bombardearem
a área circundantes do hotel de Mogadíscio o que tem levado à morte de muitos civis inocentes e soldados
do Governo, matando também terroristas, mas poucos. Claro, que isso tem aumentado (e muito) a má
fama local dos americanos e levado ao desânimo das tropas do governo somali. É,
ao mesmo tempo uma boa justificação para os chefes terroristas tentarem matar
americanos (e outros) em “tudo quanto é sítio” dentro da Somália e no Kénia.
O território onde se situa o Kénia, como o da Tanzânia e Zanzibar, foi
“descoberto” pelo navegador português Vasco da Gama e os portugueses
colonizaram então o Kénia, mas por pouco tempo. Por razões de negócios, antes e
durante a colonização, ao Kénia chegaram, viveram (e vivem) povos
multicoloridos de várias origens: Negros Bantu, Arabes (Muçulmanos), Persas,
Ingleses, Alemães, Portugueses e outros europeus. A obtenção da Independência
do Kénia não foi menos turbulenta que a da Tanzânia. Culminou em Dezembro 12, 1963, tendo Jomo Kenyatta como Presidente. Depois disso advieram
variados períodos de governação, mono partidária, os quais levaram à situação
multipartidária actual, tendo pelo meio lutas intestinas com derramamento de
sangue.
Na fase de guerrilha, para obtenção da
Independência Jomo Kenyatta foi o chefe do grupo chamado MAU MAU, também
chamado “Seita” MAU MAU . Os MAU MAU mataram muitos brancos, mas a
contra-guerrilha de Ingleses, e outras nacionalidades, também matou muitos MAU
MAU e alguns dos seus chefes. Jomo Kenyatta esteve preso e só foi solto para
tomar o poder do País.
A Divida Externa do Kénia é , em 2020, de 57.000 milhões de dólares,
sendo 72% débito à China. Os países
afrianos, para efeitos económicos têm uma organização chamada NEPAD
na sigla em inglês
Nova Parceria para o Desenvolvimento da África. A NEPAD já pediu a todos os credores uma
redução ou perdão da dívida de todos os países africanos. Apesar de
algum progresso económico a severa pobreza dos naturais no Kénia é tão grande
como nos outros países africanos.
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