O Relatório da Cia
publicado em 2006 e reeditado em 2009 pelo National Intelligence Council para a CIA já anunciava as características do coronavírus que aterrorizou
o mundo inteiro.
Trata-se de «texto
bem articulado e subtil que propõe um exame profundo às grandes tendências do
mundo de amanhã, em todos os domínios – político, económico, ambiental e
religioso – é uma reflexão apaixonante sobre as forças dominantes e os perigos
que nos rodeiam, ao mesmo tempo que sugere um conjunto bem preciso de
indicações que deverão guiar a política dos USA nos próximos anos».
Segundo se lê neste resumo noticioso «este
relatório foi publicado em 2006 foi escrito por 25 especialistas de política
internacional baseia-se em dados até agora secretos e diz-nos como será o mundo
em 2020».
Esta mesma fonte
esclarece que o relatório da CIA é feito de 4 em 4 anos e que nesta altura já
existem feitos os relatórios para 2030 e 2035.
Alexandre
Adler assinou a introdução do livro onde foi publicado este documento que previu esta pandemia que estamos a viver. Foi a editora Bizâncio que deu forma a este livro que
caraterizou esta chaga como:
«doença
respiratória humana virulenta, extremamente contagiosa para a qual não existe
tratamento adequado, poderá desencadear uma pandemia mundial. Se essa doença
surgir até 2025, não deixarão de se propagar tensões e conflitos internos ou
transfronteiriços. Com efeito, as nações esforçar-se-ão com capacidades
insuficientes, para controlar os movimentos das populações de modo a evitar a
infeção ou a preservação do seu acesso aos recursos naturais».
E continua a
ler-se, na página 188 do novo Relatório da CIA, no capítulo que fala do
«possível desenvolvimento de uma pandemia mundial. O aparecimento de uma
pandemia depende da mutação genética natural, da recombinação de estirpes
vitrais já em circulação ou ainda da irrupção de um novo fator patogénico na
população humana»
Segundo os
especialistas, «as estirpes altamente patogénicas da gripe das aves, como o
H5NI, são candidatos prováveis a este tipo de transformação, mas outros agentes
patogénicos, como o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave e diversas
estirpes da gripe possuirão as mesmas propriedades»
«Se se declarar uma doença pandémica, será sem
dúvida numa zona de forte densidade populacional de grande proximidade entre
seres humanos e animais, como acontece com a China e no Sudeste Asiático, onde
as populações vivem em contacto com o gado. Práticas de criação não
regulamentadas favoreceriam a circulação de um vírus como o H5NI entre as
populações animais, aumentando as probabilidades de mutação de uma estirpe
suscetível de provocar uma pandemia. Para se propagar rapidamente, basta que a
doença apareça em regiões com forte densidade populacional. Num tal cenário, a
doença tardaria a ser identificada se o país de origem não dispusesse de meios
adequados para a detetar. Seriam necessárias semanas para os laboratórios
fornecerem resultados definitivos confirmando a existência de uma doença
suscetível de se transformar em pandemia. Entretanto, declarar-se-iam focos nas
cidades do Sudeste Asiático. Apesar de restrições às deslocações
internacionais, viajantes com poucos ou nenhuns sintomas poderiam transportar o
vírus para outros continentes. Os doentes seriam cada vez mais numerosos,
aparecendo novos casos todos os meses. A ausência de uma vacina eficaz é...»
2. A
Gripe Espanhola foi há 100 e a mais
mortífera de sempre
Em
22 de Maio de 1918 foi divulgada a primeira notícia sobre a doença que ficou
conhecida por Gripe Espanhola que levou ano e meio a debelar e que matou mais
de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, 100 mil das quais em Portugal.
A
revista domingueira do Correio da Manhã de 8 do corrente deu estatuto de
manchete com o título de «A pneumónica matou mais que a Grande Guerra
(1914-1918). Nessa edição insere, além do texto, diversas e esclarecedoras
fotos que dão uma ideia dolorosa da dimensão da tragédia mundial.
Aí
se diz que o diretor-geral da saúde em Portugal, não impediu o fecho de
escolas, fábricas e mercados. A doença alastrou e, em Lisboa, chegaram a morrer
400 pessoas por semana. Em todo o mundo, matou mais do que a Grande Guerra».
No
lead da notícia afirmar-se «Portugal foi um dos países com maior
percentagem de mortos: cem mil. Foi um inimigo inesperado e terrível. Ainda
hoje não se sabe por que razão a pandemia se manifestou com uma gravidade tão
excecional. A essa pandemia também chamada ignota doença, também chamam
Pneumónica. Varreu o Planeta em três vagas sucessivas, entre as primaveras de
1918 e de 1919. A segunda onda a ser a mais mortífera e o pico de óbitos a
registar-e em outubro e novembro desse ano. Em 1917 deu-se a revolução Russa e
«no redesenho do mapa europeu a Confederação de Versalhes de 1919, concluiu-se
que a mortalidade rondaria entre 40 a100 milhões.
Fernando
Rosas analisou, enquanto historiador, o clima que se viveu em Portugal nesses
conturbados tempos e elogia a preocupação do diretor-geral da Saúde, Ricardo
Jorge, pela maneira como enfrentou a situação caótica desses tempos. Conclui
que ele foi pioneiro numa tentativa de resposta de saúde pública em Portugal,
procurando envolver toda a sociedade e divulgando um conjunto de conselhos
profiláticos. Em Lisboa, por exemplo, quando o número de óbitos aumenta para
400 por semana, o liceu Camões, o quartel dos Bombeiros da Amadora, o Palácio
da Junqueira, foram transformados em instalações hospitalares de emergência.
Até trens de passeios transportavam caixões para os cemitérios. E continua a
dizer o referido historiador «que havia cadáveres deixados nas ruas de Lisboa,
à espera que uma carreta os transportasse para a vala comum». No mesmo contexto
F. Rosas, cita o jornal «Tempo» de 19 de Outubro de 1918 que numa das mais
vigorosas críticas à alarmante e gravíssima situação do país que «é raro o lar
onde a morte não tenha ou que a doença não tenha visitado – dá conta de que «os
coveiros já não dão vazão à sua tarefa horrível e ainda ontem ficaram por
enterrar perto de cinquenta cadáveres». No Porto a mortalidade foi
comparativamente menor nestes centros urbanos que no resto do país. Leiria,
Amarante e o Algarve tiveram, mesmo assim maior incidência. E para evitar que a
população tivesse a real noção do flagelo, faziam-se os funerais durante a
noite». Reza ainda revista do CM que esses surtos de vírus se desenvolviam mais
na primavera e no verão; e que, ao contrário do vírus que atinge as faixas
etárias extremas, a de agora poupa mais as crianças». Outra historiadora Helena
da Silva recorda que «o vírus se espalhava facilmente nas viagens de elétrico
ou nas mesas de café. E escreve que Fernando Rosas considera a Pneumónica mais
democrática do que estoutra pois não se confinou aos bairros operários – ao
contrário do tifo grassava nas classes sociais mais baixas, mas não chegava à
cidade burguesa». De notar que a Gripe Espanhola foi a doença que matou mais
gente
Ressalta
neste relato da revista do CM que em 1919, a Direção-Geral da Saúde decidiu que
«não fazia sentido encerrar escolas repartições públicas, fábricas, mercados,
cinemas ou igrejas». Cem anos depois fez-se o contrário. Oxalá a experiência
seja positiva para Portugal e para todo o mundo.
A revista Ler História, na sua edição nº 73/2018 publicou um
recomendável artigo científico sobre doença, da autoria de José Manuel Sobral e
de Maria Luísa Lima. Desse artigo entendemos reproduzir o gráfico que aqui se
reproduz para dar uma panorâmica do quadro de vítimas em Portugal.
Quadro 1. Óbitos
presumidos por pneumónica entre 1917 e 1919 (valores por distrito)
3. A Peste Bubónica
declarou-se no Porto em 1899
A revista Ler História, na sua edição nº 73/2018 publicou um
recomendável artigo científico sobre doença, da autoria de José Manuel Sobral e
de Maria Luísa Lima. Aí noticia que «em 1899 declarou-se no Porto uma epidemia
de peste bubónica, diagnosticada pelo professor de higiene e medicina legal da
Escola Médico-Cirúrgica do Porto, Ricardo Jorge- verificada por vários médicos
estrangeiros que se deslocaram a Portugal para estudar a doença e que
publicaram relatórios sobre o combate à epidemia, nos quais Em 24 de agosto de 1899 foi estabelecido um
cordão sanitário à volta do Porto, cercado pelas autoridades militares, que foi
levantado em 22 de dezembro. Os jornais diários transcreveram todo o processo
científico de apuramento dos diagnósticos: autópsias, inoculação de ratos,
tratamentos. Os relatórios do professor Ricardo Jorge foram minuciosamente
reproduzidos nos jornais diários, o que revela o interesse dos jornalistas na
divulgação dos métodos científicos, com o objetivo de alertar os leitores para
o perigo real da doença, que não foi bem aceite na cidade. O bacilo que provoca
a doença tinha sido isolado em 1894 por Alexandre Emile Jean Yersin, um médico
suíço, em conjunto com Kitasato Shibasaburō, após investigação sobre essa
doença na China. A sua transmissão era feita pelas pulgas dos ratos e, entre os
humanos, podia haver transmissão direta pela pele, nariz e boca, um processo
conhecido por Ricardo Jorge e descrito logo no primeiro relatório publicado na
imprensa diária. O único tratamento conhecido na altura era o soro Yersin,
produzido no Instituto Pasteur de Paris. Duzentos tubos deste medicamento foram
logo encomendados, apesar da opinião de Ricardo Jorge que esse soro não dava
“os resultados lisonjeiros que a princípio se divulgaram”. A Sua eficácia
dependia da rapidez da aplicação, logo nos primeiros dias da doença, e
funcionava melhor ainda como preventivo, como foi usado pelos médicos franceses
que se deslocaram ao Porto para estudar a evolução da epidemia.
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