JORGE LAGE |
O saudoso advogado, Manuel Verdelho,
deixou-nos quando ainda tinha muito para nos dar da sua imensa sabedoria e
cultura. Os seus sábios textos no Notícias de Mirandela eram uma constante em
cada publicação deste jornal. Fiquei feliz ao ver reaparecer uma nova coluna
muito próxima, «Recurrente Calamo», como se houvesse um fio contínuo, ainda
mais burilado e com assuntos que interessam os leitores.
Falta dizer que o novo
espaço jornalístico é preenchido pelo seu irmão, o ilustre académico, Telmo
Verdelho, nascidos em Vale de Gouvinhas. Telmo Verdelho é membro da Academia
das Ciências de Lisboa e um dos mais ilustres mirandelenses vivos. Tinha-me
dito um amigo comum que Telmo Verdelho é um sábio em hagiografia e em muitas outras
áreas do saber. O que me levou a escrever sobre este nosso conterrâneo foi o
seu texto sobre São Miguel ou São Miguel Arcanjo, o príncipe dos anjos e
arcanjos celestes. O texto, quase todo acessível a todos os leitores, é de uma
grande erudição e leveza, pincelado de sabedoria popular, de ditos, de
etnografia e antropologia que apetece ler e reler, saindo-se sempre
enriquecido. É um orgulho e uma honra eu poder escrever junto deste mestre. Que
a sua pena nunca se canse para nos poder continuar a encantar e a
enriquecer-nos culturalmente. Nestes tempos em que muitos escrevem nos poucos
jornais locais e regionais que restam para alimentar o seu umbigo com
enfadonhas banalidades, é uma bênção o conteúdo dos textos de Telmo Verdelho.
Podia falar de mais colaboradores do Notícias de Mirandela mas o espaço que
disponho tem de ser bem medido.
Mesmo assim, saúdo o reaparecimento da grande e
corajosa pena barrosã e transmontana, Barroso da Fonte, com um texto a anunciar
as Comemorações do Nascimento de D. Afonso Henriques, fundador de Portugal.
Dentro da sua grande luta, em nome da verdade histórica, já foi criada a Grâ
Ordem Afonsina, sendo o seu presidente. Contudo, em Portugal,
todos os que
dizem o que pensam e defendem a verdade e a nossa História, são ostracizados
pelo lobby da capital. Só assim se compreende que homens de grande estatura
cívica e rosto inteiro sejam ignorados.
Voltando aos colaboradores do Notícias
de Mirandela, cito a bela colaboração de Maria Augusta Ribeira, os seus textos
poéticos são de beleza e profundidade com uma narrativa que vai muito além do
que se lê, apetecendo ler, reler, tresler e recomeçar porque há sempre algo
mais que nos encanta e nos torna mais cultos. É uma pena que os seus textos
originais e poéticos não sejam publicados em livro que orgulharia Mirandela e
os Mirandelenses. Para se ser poeta é preciso ter talento e não basta escrever
em verso. Maria Augusta Ribeiro é uma grande poetisa.
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