Eis que nos acabam de chegar (quentinhas) estas duas cartas abertas (ilustradas) a Sua Exª o Presidente da Assembleia da República. Já não nos bastava a técnica fascista utilizada por Maria Flor Pedroso (na RTP), para termos agora que aturar a mesma no Parlamento, vinda de quem vem!
Exmo. Sr.
Dr. Ferro Rodrigues,
Escrevo-lhe
enquanto cidadão comum deste país e que foi seu aluno há muito anos atrás na
decorrência de um mestrado em Políticas de Gestão de Recursos Humanos no ISCTE.
Como o
devido respeito, confesso que, enquanto meu ex-professor, não guardei do Dr.
Ferro Rodrigues a melhor das impressões.
Eu fiz o
meu percurso académico a pulso, sempre a trabalhar e a estudar em simultâneo, e
na altura em que os nossos caminhos se cruzaram eu já tinha uma maturidade
profissional considerável na área antes mencionada, pelo que achei a sua
intervenção docente pouco rica, tipicamente livresca, de alguém que nunca tinha
passado pela vida prática naqueles domínios. Enfim, um mal sistémico tão típico
e pernicioso da academia em Portugal, em que os docentes, na maioria dos casos,
se limitam ao longo da sua vida útil activa a reproduzir os seus
estudos/investigações de doutoramento.
Mas ontem,
Sr. Dr. Ferro Rodrigues, a sua imagem perante este cidadão aqui signatário caiu
a um nível que nem me atrevo, por pudor e respeito, a classificar.
A sua
reprimenda ao deputado André Ventura roçou os limites do non sense, da
arrogância e do medo!
Sim, do
medo, Sr. Dr. ferro Rodrigues. V.Exa tem
medo do deputado André Ventura, medo das verdades que ele, politicamente
incorrecto (e ainda bem que assim é) vai debitando. E nesse sentido, o
Presidente da Assembleia da República
não foi imparcial como o cargo que ocupa exige, antes totalmente
parcial, vestindo a camisola de militante do partido a que pertence.
O Sr. Dr.
Ferro Rodrigues deu um péssimo exemplo de (falta de) democracia e prestou um
mau serviço ao país.
Acusou
V.Exa o deputado André Ventura de colocar em causa as supostas virtudes da casa
da democracia, quando se referiu à mesma da forma como ontem o fez.
Mas nunca
vimos V.Exa manifestar-se tão agastado e
indignado perante inúmeras situações, essas sim muitíssimo graves, e que
justificam plenamente a atitude do Dr. André Ventura, tais como:
- Deputadas a pintar as unhas no hemiciclo;
- Deputados a assinarem
presenças por outros que faltam;
- Deputados que dão moradas
falsas para receberem subsídios;
- Deputados que utilizam
esquemas para que viagens de avião lhes sejam pagas e aos seus familiares;
- Deputados que brincam com as
redes sociais no hemiciclo;
- Deputados que desenvolvem a
sua própria actividade profissional no hemiciclo, utilizando as ferramentas
informáticas colocadas ao seu dispor pelos contribuintes portugueses;
- Deputados que estão no
parlamento para fazer negócios e defender interesses ínvios ao país.
- Deputados a fazerem
"corninhos" para alguém na Assembleia (o Autor que me desculpe)
Perante
tudo isto, nunca ouvimos uma posição a este nível veemente do Sr. Dr. Ferro
Rodrigues. LAMENTÁVEL!
O Sr. Dr.
Ferro Rodrigues, obviamente, deve um pedido de desculpas público ao deputado
André Ventura, bem como a todos os restantes deputados do hemiciclo, incluindo
aqueles que estupidamente aplaudiram a sua intervenção.
Mais, V.Exa
deve um pedido de desculpas público a todos os portugueses, à Nação portuguesa!
E,
naturalmente que, de seguida, só lhe resta assumir com humildade e dignidade a
única decisão possível: renunciar ao cargo que exerce e demitir-se.
Os 2
milhões de portugueses que vivem miseravelmente com pensões abaixo de 400 euros mensais vão-lhe ficar
agradecidos, tal como os outros 2 milhões de portugueses que vivem no fio da
navalha com o salário mínimo nacional. E ainda as muitas centenas de milhares de jovens (muitos qualificados)
que têm sido obrigados a sair do país
nos últimos anos para terem uma vida condigna!
https://www.youtube.com/watch?v=53dqcGNltpA |
Concluo,
Sr. Dr. Ferro Rodrigues, sugerindo-lhe, a mero título de refrescamento
democrático, que volte a ouvir José Afonso, especialmente o seu álbum
"Vampiros", cuja imagem aqui lhe deixo:
Certo de
que V.Exa não deixará de honrar a Pátria, apresento os meus melhores
cumprimentos.
José Coelho
Martins
Carta
aberta a uma vergonha.
Caro
presidente da Assembleia da República, no último plenário apontou o dedo a
André Ventura por abusar da palavra “vergonha”, algo que, para si, era ainda
mais vergonhoso.
O Ferro
Rodrigues que fala agora sobre vergonha, embora agora a segunda figura mais
importante de Estado, foi implicado por uma das vítimas no processo Casa Pia,
que envolveu pedofilia e favores sexuais. Foi mais do que um caso de polícia,
colocando Portugal gravemente em causa.
O Ferro
Rodrigues que exige a outros respeito democrático é o mesmo que disse convicto
num telefonema com António Costa se estar “cagando para o segredo de justiça”.
Não
pretendo defender André Ventura, mas não vou permitir que a sua hipocrisia
perfaça a imagem que o senhor sempre teve. A imagem de alguém que, sem qualquer
vergonha, nunca se importou de usar os cargos que ocupou para colocar a nação
em causa.
Não me
esqueço do Ferro Rodrigues que defendeu a reposição das subvenções vitalícias
para ex-deputados e ex-governantes, que com apenas oito anos de serviço publico
teriam direito a um cheque mensal até ao fim das suas vidas (a duplicar aos 60
anos de idade) enquanto há portugueses que trabalham 30 e 40 anos para terem
uma reforma miserável. Teve o desplante de afirmar que “os ordenados que os
deputados recebem são maiores que os de muitos portugueses mas inferiores aos
de deputados de outros países da Europa”.
O Ferro
Rodrigues que evoca moralidades ilibou, em abril de 2018 os deputados ilhéus
que cruzaram na comunicação uma campanha de desculpabilização por terem
recebido em duplicado os apoios públicos para as viagens que faziam entre os
arquipélagos e o continente. Embora não tenham “cometido nenhuma ilegalidade”
não hesitou em perdoar a falta de ética que agora faz questão de defender,
porque está habituado ao tempo em que cada um, deputados e partidos, viviam com
éticas próprias e deixavam as consequências para os contribuintes.
O Ferro
Rodrigues que criticou a justiça por investigar o caso Galpgate, onde três
secretários de Estado aceitaram viagens pagas pela Galp para assistir a um jogo
de Futebol, considerando a investigação absurda. Acabou na demissão dos três
governantes que mais uma vez considerou não terem feito nada de errado. Nesse
mesmo ano, a Galp teve um perdão fiscal acima dos 100 milhões de euros.
Faz
alertas, quase como se tivesse autoridade para a repreensão, mas quando ainda
era líder da bancada parlamentar do partido socialista, em 2014, não evitou a
visita ao grande amigo e ex-primeiro ministro José Sócrates, no estabelecimento
prisional de Évora.
Foi o
deputado que em plena discussão sobre o Orçamento de Estado para 2015, fez
questão de elogiar José Sócrates e salientou que este “resistiu até ao fim”.
Chamou de “enganados” aqueles que “atrelaram o PS ao comboio da austeridade”,
embora fosse o seu partido, nas mãos de José Sócrates através da assinatura do
memorando de entendimento, que oficializou a rispidez dos anos que se seguiram.
Termino com
a certeza de que Eduardo Ferro Rodrigues, atual presidente da Assembleia da
República, é a desgraça anunciada que coloca a democracia em causa. Uma
vergonha, entre outras tantas, que ainda pensa que pode apontar o dedo.
G M
As escutas
telefónicas entre o Ferro, o Costa e o Pedroso( SIC):
NAO TEM OUTRA ALTERNATIVA SENAO O PEDIDO DE DEMISSAO. O NUMERO 2 DE PORTUGAL NAO PODE TER ESTAS PALAVRAS PERANTE O POVO PORTUGUES.
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