João de Deus Rodrigues |
Os Pobres.
Ninguém vai
parar,
O grito e o
lamento,
Que lancei
ao mar,
E semeei no
Vento,
Cheio de
esperança na equidade,
Para que se
entenda esta verdade:
A pobreza é
culpa do Homem!
Porque há
tanto pobre,
Que nada fez
para ser pobre,
E tanto rico
que se serve deles, para ser rico,
Que o meu
pensamento deixa de ser nobre,
Na revolta
com que fico,
Ao ver
caídos no alheamento,
Os que
estendem a mão,
Mendigando a
caridade,
Das migalhas
que sobram,
De jantares
lautos,
Dos donos da
Cidade.
(Onde a
opulência e a usura campeiam.
E a luxúria
e o despotismo se enleiam)
Mas os
pobres,
Filhos de
pobrezinhos,
Que de seu
só têm ruas para mendigar,
Hão de um
dia deixar de o ser,
Quando se
ouvir o lamento
Que semeei
no vento,
E o grito
que lancei ao mar:
A pobreza é
culpa do Homem!
Por isso,
Senhores da Cidade,
Escutai a
minha angústia,
E esta
límpida verdade,
Que tenho
para vos dar:
Quem tira
aos pobres rouba a Deus,
E todos
temos contas para Lhe prestar
.
In Livro,
“Passagens e afectos” – Tartaruga Editora
João de Deus Rodrigues
Sem comentários:
Enviar um comentário