Os carrascos dos professores

                                                           Riam, riam ...

Sabe-se agora (a partir de ontem à noite, com a declaração de Jerónimo de Sousa), que a esquerda unida esteve sempre unida contra os professores. Tudo o que se passou, desde que se apresentaram as propostas na Comissão de Educação,  foi politica rasteira, a terminar com o teatro de António Costa, incluindo as diversas aldrabices lançadas para a opinião pública de forma a condicionar o principio que todos os partidos aceitavam, e que era o fundamental: a contagem total do tempo de serviço.

Ontem o PCP veio com a conversa fiada da “coerência”, como ser-se coerente, é deitar para o lixo um princípio básico que era defendido por todos. E a chefe do Bloco, já tinha, anteontem, dito ao que vinha: “Confirmaremos o voto favorável à recuperação de 2 anos 9 meses e 18 dias a partir de 2019…”. Ou seja, estão de acordo com aquele decreto lei asqueroso do “governo” que envergonha qualquer cidadão culto. E estão de acordo, porque esse decreto escabroso conta apenas para alguns (e não para todos) – os seus acólitos e acólitos do PCP e do PS!

A troco de mais seis meses de poder, abandonam o princípio fundamental: a contagem total do tempo de serviço.

E os professores estavam à espera de quê? De nada! Porque nada se pode esperar de gente adepta de um sistema totalitário que mandou para Kolimá, intelectuais como Aleksandr Soljenítsin, ou Varlam Chalamov. Ou que torturou, perseguiu ou matou gente como Óssip Mandelstam, Ivan Chmeliov ou Anna Akhmátova.

Jamais a esquerda unida aprovaria algo da "direita" portuguesa, por mais justo que fosse.

Entretanto, Autores de 12 blogues de professores lembram que o PS, em Dezembro de 2017, recomendou a total recuperação do tempo de serviço.

No manifesto “Pela verdade dos factos” ,que  pode ser lido  aqui, esses bloggers, ontem, chamaram a atenção para as aldrabices que se transmitem à opinião pública, através de Costa e do PS, e do comentariado pago a peso de ouro. Dizem: Não vai ser preciso nem mais um cêntimo do Orçamento do Estado para pagar a recuperação de 2 anos de carreira em 2019. Não há uma conspiração da oposição para defender os professores. Os números de Mário Centeno sobre impacto orçamental estão inflacionados.  E porquê? Porque não podiam ficar de braços cruzados a ouvir “a propaganda do Governo” ser espalhada pela comunicação social. Este é o espírito que une os autores de 12 blogues, a maioria deles professores.

Em suma, o argumento de Mário Nogueira é simples e verdadeiro: se a esquerda inviabilizar as propostas do PSD e do CDS para a recontagem do tempo de serviço estará a fazer um favor ao Governo e a deitar ao lixo mais de seis anos de carreira dos docentes que viram as suas carreiras congeladas. Aceitar as condições colocadas pelo PSD e pelo CDS é sempre melhor do que ver todas as iniciativas chumbadas.

Mário Nogueira sabe do que fala e, neste caso foi profético, porque já antes da reunião da Comissão de Educação, havia chamado a atenção para este argumento.

Com a esquerda unida a votar desfavoravelmente, “Os professores [continuarão] sitiados no meio de um inferno cheio de hormonas sem regras”.

Lembrem-se disto agora em finais de Maio e depois em Outubro.