domingo, 21 de abril de 2019

Tempos de Páscoa

Rembrandt - "A Ceia de Emaús"

Este episódio relatado por Lucas, sob o ponto de vista literário é, de facto, um momento de profunda poesia e de grande delicadeza psicológica[1]. Entre as aparições de Cristo ressuscitado, esta é aquela que se não refere ao círculo restrito dos Apóstolos ou aos membros mais próximos da sua família. O episódio não foi relatado pelos outros evangelistas. Jesus apareceu a dois discípulos “obscuros” que nem sequer faziam parte do Colégio Apostólico. Apesar de tudo, reconheceram-No na forma como partira o pão, embora não tenham assistido à Última Ceia.
Dois discípulos vão pela estrada que liga Jerusalém a Emaús no dia da Ressurreição[2]. Vão tristes. Sem O reconhecerem, Jesus junta-se a eles e conversam sobre os acontecimentos recentes: a morte de Jesus e o desaparecimento do seu corpo do túmulo. Aquele em que muitos depositavam a esperança de libertar Israel tanto politicamente como espiritualmente. Ignorando os acontecimentos, o terceiro viajante dá-lhes uma lição de catecismo. Como anoitecia, os dois discípulos retêm o seu companheiro para jantar. Ao vê-lo repartir o pão reconhecem-No. Mas Ele desaparece milagrosamente (Luc. XXIV, 13-35).
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[1] Marcos (XVI-12) faz uma breve alusão ao acontecimento.
[2] Um dos discípulos era Cleofás. Do segundo nada se diz. Alguns comentadores julgam que seria o próprio Lucas que nos transmitiu este relato.

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