JORGE LAGE |
A folha do castanheiro
É bicada c’má renda
Ninguém se finte nos
hômes
Olhem que são fraca
tenda!
Que alegria tamanha,
Este sonho verdadeiro,
Quando apanhava a
castanha,
Encontrei um
companheiro!
O meu pai foi buscar
lenha
Ao souto dos meus avós
Para ao serão assar
castanhas
E comermos os bilhós.
Menina qu’está à
janela,
Sem licença de seu
pai,
Tenha conta no ouriço,
Que a castanha já lá
vai.
Castanhas de Carrazedo
São bem boas, ó
patrão!
Assim, como as
raparigas,
Quando se lhes põe a
mão.
Nota 1: As «Quadras ao Castanheiro» estão no
meu último livro, «Romanceiro da Castanha». Do livro em si já vos dei nota.
Porém, não fiz qualquer transcrição do conteúdo e entendi levar ao vosso
conhecimento. Estas quadras populares foram retiradas de vários temas em que se
divide a obra, de quadras numeradas (cerca de 340) e com índice remissivo por
concelho, facilitando a consulta. Depois de cerca de vinte anos nesta cruzada
pela promoção de um produto de excelência, a castanha, do Portugal rural e
serrano.
O trabalho de investigação enriqueceu-me muito. E, amigo leitor, de um momento para o outro, sou tomado por um renovado ânimo, quando dou comigo a pensar: - Se eu, com cerca de vinte anos de estudo e investigação, aprendi muito com as quadras populares sobre a castanha, então os leitores também aprenderão… Então, senti uma ponta de orgulho quando a tipografia me deu a prova final. Como estou grato a tantos e tantos amigos/as e a tantas e tantas instituições, pela sua ajuda preciosa! Não trocava uma quadra, uma cantiga ou uma nota por uma peça de ouro! Agora, o livro pertence aos queridos/as leitores/as. É para eles que eu trabalho, conservando a memória imaterial da castanha. Até as universidades mais atentas foram atrás, dando mais atenção ao tema, e que eu muito saúdo e aplaudo. Do livro apenas restam alguns exemplares e até aí me surpreendeu o grande interesse de alguns municípios, livrarias e amigos/as leitores/as. O feedback diz-me que os leitores sentem prazer na sua leitura e ficam enriquecidos. Tive sorte ao publicar este cancioneiro ou romanceiro da castanha.
O trabalho de investigação enriqueceu-me muito. E, amigo leitor, de um momento para o outro, sou tomado por um renovado ânimo, quando dou comigo a pensar: - Se eu, com cerca de vinte anos de estudo e investigação, aprendi muito com as quadras populares sobre a castanha, então os leitores também aprenderão… Então, senti uma ponta de orgulho quando a tipografia me deu a prova final. Como estou grato a tantos e tantos amigos/as e a tantas e tantas instituições, pela sua ajuda preciosa! Não trocava uma quadra, uma cantiga ou uma nota por uma peça de ouro! Agora, o livro pertence aos queridos/as leitores/as. É para eles que eu trabalho, conservando a memória imaterial da castanha. Até as universidades mais atentas foram atrás, dando mais atenção ao tema, e que eu muito saúdo e aplaudo. Do livro apenas restam alguns exemplares e até aí me surpreendeu o grande interesse de alguns municípios, livrarias e amigos/as leitores/as. O feedback diz-me que os leitores sentem prazer na sua leitura e ficam enriquecidos. Tive sorte ao publicar este cancioneiro ou romanceiro da castanha.
Nota 2: As «Quadras ao Castanheiro» são
retiradas do meu último livro, «Romanceiro da Castanha». A primeira quadra (é a
287) foi recolhida no município de Valpaços. A segunda quadra (24) foi recebida
da poetisa mirandelense, Maria Augusta Ribeiro, por lapso, aparece repetida em
dois capítulos. A terceira quadra (43) foi recebida do escritor macedense, João
de Deus Rodrigues, de Morais, na primeira metade do século XX (no tempo das
castanhas), os seus conterrâneos iam apanhar castanhas, para Serapicos, zona
mais fria. No tempo da vareja, na Terra Quente, eram os amigos de Serapicos que
desciam até Morais para a apanha da azeitona. No livro, em nota há importantes
dados sociológicos e antropológicos para se compreender os movimentos sazonais
a população rural Transmontana. A quarta quadra (119) provém de Mogadouro e
compara o ouriço à zona pubiana e a castanha à virgindade. A poesia é, também,
a arte de dizer em verso o que se não pode afirmar em prosa. A última quadra
(287) foi-me dita pelo saudoso escritor e meu Professor, António Cabral (da
Alijó), e compara as castanhas às raparigas.
Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com –20JAN2019
Provérbios ou ditados de Janeiro:
Quando o sol aperta, o ouriço arreganha.
São Brás te afogue que Deus não pode.
Quem tem filhas e ovelhas não pode falar
das alheias.
Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com – 20JAN2019
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