quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Boas Festas especiais do Professor Jorge Paiva: «A Biodiversidade e nós»


JORGE LAGE

Todos os anos o botânico mais famoso do país, Prof. Jorge Paiva, relembra a amizade que nos liga. Foi o meu inspirador ao longo dos meus 20 anos de trabalho com o PROSEPE, Projecto de Educação Florestal, Ambiente e Cidadania (da UC), em que fui voluntário nos Clubes da Floresta - distrito de Braga. O ilustre Professor, internacionalmente conhecido e conceituado na comunidade científica, mas quase um desconhecido dos nossos políticos, porque não quer nada com eles. Já jubilado, tem gabinete de trabalho no Departamento de Ciências da Vida da UC, envia cartões de Boas Festas, na quadra natalícia, e dá mais uma lição de Biodiversidade - preservação das espécies. Os cartões, que envia para uns 3.000 amigos nacionais e estrangeiros, foram motivo de exposição em local nobre de Londres e vão ser publicados em livro. Assim, no mês de Dezembro recebo um seu cartão duplo, em português e inglês. Pelas fotografias do cartão sei que esteve em missões científicas de biodiversidade, em 1999, Nakuru (Quénia) e, em 2017, em Hlane (Suazilândia). É com satisfação que o dou a conhecer aos leitores: «A BIODIVERSIDADE E NÓS – Os humanos (género Homo) surgiram (2,8-2,75 Ma – milhões de anos) quando havia o máximo de Biodiversidade no Planeta Terrestre e numa região africana de elevada Biodiversidade. Dependemos, pois, não só das outras espécies como, também, do maior número possível delas. Quando a nossa espécie (Homo Sapiens) saiu de África, deslocando-se para regiões de menor Biodiversidade (NE de África e SW da Ásia), domesticou animais, plantas e outros seres vivos (fungos, etc.) e reproduziu-os para se alimentar e para outros fins (animais de carga, de sela, de companhia e plantas para construção, mobiliário, lenha, medicinais, têxteis, etc.). Assim, a maioria das pessoas considera que só é importante preservar os seres vivos que nos são úteis. Este tem sido um clamoroso erro, pois constantemente se descobrem utilidades de seres que menosprezamos e até de seres venenosos e letais (ex. teixos e víboras). Desta maneira, temos vindo a promover a extinção de muitas espécies por julgarmos que não nos são úteis ou por lhes destruirmos os ecossistemas. Um exemplo recente disso, é o que está a acontecer com os leões (Panthera leo). Há fósseis de subespécies de leões, extintas há cerca de 10.000 anos, que testemunham a sua ocorrência no continente Norte-Americano (Panthera leo subsp. atrox) e no Continente Euro-asiático (Panthera leo subsp. fossilis). Porém, no século IV a.C. ainda existiam leões na Europa (Panthera leo L. subsp. leo), como refere Aristóteles, na sai História dos animais (“Na Europa inteira, só há leões entre os rios Aqueloo e Nesso”, isto é, no Noroeste da Grécia, entre a Acarnânia e a Trácia). Esta subespécie que se extinguiu na Europa durante o século II d.C., ainda hoje existe em África na região ocidental do Rift (África Central e Ocidental) e na Ásia, no Parque Nacional da Floresta de Gir (Gujarat, Índia). No Norte de África o último exemplar foi morto no Atlas (Marrocos) em 1920. A outra subespécie ainda existente (Panthera leo L. subsp. melanochaita) ocorre na África Oriental e do Sul. Actualmente há apenas cerca de 400 leões na Ásia e 20.000 em África. Façamos votos para que a época festiva do final do ano ilumine a consciência de todos nós de modo a pressionarmos governantes e políticos a assumirem o compromisso de preservara Biodiversidade. Jorge Paiva, 2018. Feliz Natal e Próspero Ano Novo, são os votos do Jorge PaivaÉ preciso muita dedicação a uma causa para enviar cerca de 3.000 postais de boas festas, em correio azul, por pouco que se escreva. E que gastos não faz o amigo Professor!

5- O «Mês das Almas» ou «Mês das Bruxas» –reconhecer publicamente o seu grande mérito.
Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com –12DEZ2018

Provérbios ou ditados de Janeiro:
         «Senhoria» de Itália e «dom» de Espanha, não valem uma castanha.
         De Janeiro a Janeiro, o dinheiro é do barqueiro.
         Se pensas em estações, semeia cereais; se pensas em anos, planta árvores; se pensas em séculos, educa crianças.
Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com – 12DEZ2018

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