JORGE LAGE |
Recebi do
mirandelense e ex-Ministro da Saúde, Paulo Mendo, em co-autoria, com seu primo,
Fernando Mendo, o livro «A Minha Família Mendo». É um livro de 120 páginas, em
quadricromia, com bom papel, belíssimas fotografias. A capa é um desenho do
popular e grande mirandelense, arquitecto Albino Mendo. Paulo Mendo referiu-me
que «Eu e o meu primo Fernando Mendo, (…) resolvemos estudar a nossa família
Mendo que teve início em Mirandela em meados do séc. XIX, vivendo na Casa de Cima
(…), editando o livro sobre o arquivo da família Mendo». A origem do
patronímico, segundo a tradição oral, provém do Conde Mendo (séc. VIII), vindo
de Itália para a Galiza. O nome Mendo terá sido popular até finais do séc.
XVII, caindo, a seguir, em desuso. Nomes próprios com o mesmo radical, «Men»,
temos, entre outros, Mem, Mendes (filho de Mendo) e Menendo e Mendez (galego e
castelhano). Mente ou Mendo é o rio afluente do Rabaçal e este confluente do
Tuela, ambos formam o Tua, no Bico-da-Auga – Mirandela. Mendo ou Mente
parece-me como mais provável o hidrónimo, ter provindo do fitotopónimo Menta
(lat. Menta = Hortelã). Aliás, o Mentrasto, Hortelã ou Menta (ou
Hortelã-pimenta) é uma planta das zonas húmidas ou ripícolas. Se o rio Rabaçal
recebe o nome do Rabaçol ou Rabaça, também planta ripícola, o rio Mendo toma-o
da Menta ou Hortelã. Sabemos que a toponímia é uma janela brilhosa da História
e dos sobrenomes e nomes de pessoas. Deixo esta visão filológica de Mendo,
volto à distinta família Mendo de que trata o livro dos ilustres primos
médicos, Paulo e Fernando, inspirados nas reuniões familiares. O livro começa
nos Mendo do Mogadouro e que não aprofundar devido a incêndios que danificaram
o Registo Civil desta cidade. A família Mendo em questão tem como antepassado
Albino dos Santos Mendo, nascido em 1839 e veio para Mirandela com 13 ou 14
anos para trabalhar numa casa comercial e casou com Carolina da Piedade, filha
do Administrador da Casa de cima. Pode-se dizer que «a Casa de Cima foi berço»
do ramo dos Mendo de Mirandela. Porém, há referências anteriores, já no tempo
de D. Dinis, a Mendo e Menda, em Castelo Mendo, em Almeida e Torre de Moncorvo
(Mendo Corvo). O livro refere as agendas familiares que lhe serviram de suporte
documental e conjunto de fotos, umas actuais e outras antigas. Há fotos dos
Mendo de grande interesse para a História das famílias e das gentes de
Mirandela, se o Município souber criar o Museu da Imagem e da Fotografia das
Terras de Ledra. Para se compreender melhor a história desta família aparece,
também, referenciada a obra do ilustre Padre Ernesto Sales (Jorge Sales Golias
é um dos descendentes). A agenda de Carolina da Piedade Fernandes (uma
matriarca dos Mendo) é de grande valor. E apelo a todos os que lerem esta curta
lavra que nunca destruam os escritos familiares, ainda que lhe pareçam sem
valor. Da minha parte estarei pronto a ajudar. A agenda pessoal de Carolina da
Piedade será um arquivo de família importante para a história das famílias de
Mirandela e para a monografia concelhia e extravasará mesmo o interesse
nacional. O livro está recheado de Mendo(s) ilustres e refere outras famílias
Mendo, bem como árvores genealógicas, a quem Fernando e Paulo Mendo deram uma
nova vida. O Município devia-o adquirir para o arquivo documental concelhio.
Quem o desejar deve contactar os autores, Fernando ou Paulo Mendo. Os meus
parabéns aos autores e a todos os que ajudaram a dar-lhe corpo. Foi criada uma
plataforma digital com o link https://drive.google.com/open?id=0Bw3CrQD7vf1TbFFHd21rNm8
o Pedro (ipadmendo@gmail.com),
a Cristina (cvmendo@gmail.com),
o Jorge Humberto (jhr.mendo@gmail.com)
e o André (a_mendo@msn.com)
irão receber a informação sobre os Mendo e incorporá-la nesse espaço
digital.(fotos, Paulo Mendo e Fernando Mendo – este em camisa aos quadrados).
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