sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Primeiro Ministro chega a ser ridículo em atos públicos


Por BARROSO da FONTE

Quando António Costa, interrompeu as férias, a meio dos sete dias de inferno, em Monchique, para branquear mais uma trapalhada incendiária, ficcionando, como se estivesse a treinar as desculpas que iria dar, preferiu e proferiu palavras tão feias, tão descontextualizadas e tão levianas que se tivesse um rasgo de humildade, mal tivesse ouvido o  seu eco, viria – ele próprio – pedir desculpa.
Foi preciso explicar-se no conselho de ministros seguinte, sinal de que até os seus pares, terão reagido à dureza do seu arrogante discurso que ofendeu os martirizados bombeiros, a população lesada e até os portugueses em geral que ainda não esqueceram as várias tragédias de 2017.
Para António Costa, mesmo que tudo corra mal, só há uma palavra, mesmo que essa palavra seja a exceção. Portugal e os Portugueses têm vindo a suportar explicações que, por repetitivas, banais e a destempo, servem para anestesiar a opinião. E o país anda à deriva, como os barcos que trazem refugiados e, ora se afundam, ora partem a meio, ora ficam sem combustível. E os oceanos servem de cemitério e de esconderijo, para gáudio dos sanguinários. Foi assim com os cento e tal mortos dos incêndios do ano passado; foi assim com o assalto e roubo do material de guerra, em Tancos; foi assim com as promessas incumpridas para com os professores; tem vindo a ser, assim, com as explicações para o falhanço que acaba de envolver os comboios Portugueses.
Acerca dos comboios do século XX não resisto a dar a palavra ao jornalista Manuel Carvalho, publicado no Publico de 7 do corrente. Não só subscrevo como reconheço não ser capaz de tanto.

MANUEL CARVALHO
« Dizer que o que se passa com a CP é culpa da meteorologia é um insulto para os milhares de portugueses que sentem na pele o definhamento da empresa.
O secretário de Estado das Infira-estruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, decidiu invocar a sua altíssima sapiência e rebaixar para abaixo do zero a inteligência dos portugueses para dizer que aquilo que aconteceu este fim de semana na CP não foi «uma situação de colapso». Ai não? Uma empresa de transportes que suspende vários comboios, que deixa de vender bilhetes, que acumula avarias, atrasos ou transbordo em série, na qual muitos utentes pedem o reembolso do valor dos bilhetes adquiridos e optam pelo autocarro, que força milhares de pessoas a viajar em carruagens com temperaturas acima dos 30 graus, em que situação está? A pior forma de encarar os problemas é negar a sua existência ou desvalorizá-los como episódios do combate político. Guilherme W. d’Oliveira Martins fez uma e outra coisa. O secretário de Estado deve acreditar que lhe basta dizer que tudo se resume à tentativa do PSD e do CDS de criar “um caso que não existe de todo” para que o conforto dos alfa se restabeleça ou que a CP deixe de suprimir horários. Não basta. A CP é uma empresa demasiado importante para se transformar numa partida de boxe entre o Governo e a oposição. Até porque se esse combate existisse, as duas partes deveriam ser derrotadas por KO. O PSD e o CDS, dos comboios que comprometeram a sua capacidade de manter a frota operacional; o PS, porque entre os cheques que distribuiu nesse alegado “virar de página” da austeridade foi incapaz de encontrar 330 milhões de euros para que a CP se reequipasse, como reclamou com urgência a anterior administração.
António Costa disse no início de Julho que ao investir 134 milhões nas obras do IP3 estava a “decidir não fazer evoluções nas carreiras ou dos vencimentos” da função pública. Em política, porém, as opções têm consequências. E ao optar por não comprar material novo e ao proibir o recurso ao aluguer de material em Espanha, o Governo levou a CP à situação de colapso. Dizer que não há colapso nenhum é ineficaz. E insultuoso para os milhares de pessoas que este fim-de-semana se cruzaram com a CP».

       Parabéns Manuel Carvalho!

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