Camilo Lourenço escreveu ontem um artigo
no jornal Negócios, que intitulou “O
Governo vai ceder aos professores”.
De uma forma geral, Camilo Lourenço faz
uma apreciação correcta sobre a situação. Por exemplo, quando refere a nomeação
da Comissão Técnica, o mês de Setembro e a tentativa de “influenciar as
dotações do OE 2019”. Também é assertivo na tentativa de manipulação do governo
ao avançar com a despesa de 600 milhões, ao tentar colocar a sociedade contra os professores (aliás, prática iniciada
pelo governo sinistro de José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues). Aponta
ainda o dedo à questão eleitoral com certa verdade. Em quase tudo o que diz
acerta. Não acerta em 10% do artigo, porque não conhece a questão a fundo. O
governo se ceder, cederá às orientações do Tribunal Constitucional e não aos
sindicatos e aos professores.
A
carreira dos professores foi congelada durante dois períodos que correspondem a
cerca de 10 anos. Ora à época, a da Troika, o Tribunal Constitucional considerou que apenas aceitava estas medidas se estas fossem transitórias, pois se
fossem decretadas de forma permanente seriam inconstitucionais. E esta é que é a questão essencial, não a
conversa fiada do “Komentariado”, pago por quem lhe unta as mãos, e do governo
(PS, BLOCO e PCP).
É claro que num país que geograficamente
se situa na Europa, mas em termos de decência democrática está ao nível do
Burkina Fasso ou do Zimbabué, aquilo que deve ser transitório, passa a definitivo,
e as recomendações do Tribunal Constitucional passam a poeira em dia de vento.
Num país decente há muito que o Tribunal
Constitucional tinha obrigado o sr.
Costa, a dona Catarina e o sr. Jerónimo a cumprirem com as suas orientações.
Uma coisa é certa, é tão legitima esta
retribuição justa dos cerca de 10 anos de serviço aos professores, como o
vencimento de Camilo Lourenço, pago também ele pelos contribuintes. Armando Palavras
Actualizado a 16 de Julho de XVIII
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